Professora denúncia ofensas racistas e gordofóbicas em banco: “preta gorda tem que emagrecer”

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Professor aposentado de 82 anos, Pedro José Mascarello Bisch, foi preso suspeito de cometer ataque racista em banco de Vitória — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Uma professora de 33 anos denunciou ter sido alvo de ofensas racistas e gordofóbicas enquanto acompanhava sua filha em uma agência bancária no bairro Jardim da Penha, em Vitória (ES), nesta quinta-feira (2). O autor das ofensas é Pedro José Mascarello Bisch, professor aposentado de 82 anos. De acordo com a vítima, o homem afirmou: “Essa preta gorda tem que emagrecer para passar aí”, ao vê-la tentando atravessar a porta giratória com sua filha de oito anos.

O incidente ocorreu quando a mulher foi chamada a retirar objetos metálicos para passar pela porta de segurança. Segundo ela, a fala do idoso foi feita em tom ofensivo, causando indignação e constrangimento. “Minha filha começou a chorar e pediu para eu não ouvir, disse que eu não era isso. Ela também já passou por situações de racismo, e reviver isso foi horrível”, relatou a professora.

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Professor aposentado de 82 anos, Pedro José Mascarello Bisch, foi preso suspeito de cometer ataque racista em banco de Vitória — Foto: Reprodução/TV Gazeta

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Após o ocorrido, a Polícia Militar foi acionada e localizou o suspeito em outra agência bancária da região. Ao ser abordado, o homem alegou não se lembrar exatamente do que disse à professora, admitindo apenas ter comentado sobre seu peso. Ele foi conduzido à delegacia de Vitória, onde prestou depoimento e foi autuado.

Racismo é crime no Brasil, conforme prevê a Lei nº 7.716/1989, que estabelece pena de um a três anos de reclusão e multa para quem cometer atos discriminatórios. Já a injúria racial, enquadrada no artigo 140 do Código Penal, prevê penas de um a três anos de prisão, além de multa. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a injúria racial ao crime de racismo, reforçando a gravidade desse tipo de ação.

O caso também trouxe à tona a questão da gordofobia, outra forma de discriminação que tem gerado debates sobre respeito às diversidades corporais. “Chamei a polícia porque é meu direito. Quero que minha filha cresça sabendo que ninguém precisa aceitar injúrias, racismo ou preconceito”, afirmou a vítima, que destacou a importância da denúncia.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2022, foram registrados mais de 70 mil casos de crimes de ódio, incluindo racismo e injúria racial, no país. Pesquisas também apontam que 56% da população negra no Brasil já sofreu algum tipo de discriminação. Esses números reforçam a urgência de políticas públicas e ações efetivas para combater o preconceito.

O Banco do Brasil, onde o caso ocorreu, emitiu nota repudiando qualquer forma de discriminação e reforçando seu compromisso com a diversidade e o respeito. A instituição informou que está colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos.

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