Claudionor é dono de uma grande história de superação, ele foi de boia-fria a diretor executivo
Um homem negro que iniciou sua trajetória profissional em trabalhos mais simples, galgou até o topo e hoje representa e planeja ações de equidade para a população negra. Atualmente o baiano Claudionor Alves atua como executivo, posição que já ocupa há 15 anos, e conta sua trajetória em sua autobiografia chamada “De boia-fria a diretor de multinacional”.
No livro Claudionor conta que nem tudo foram flores no caminho em que trilhou. Em entrevista exclusiva ao Notícia Preta, o executivo revelou o seu principal desafio durante sua trajetória:
“Eu destaco o investimento no meu desenvolvimento, já que não tive referência no meu habitat, e muito pouco incentivo educacional. A educação é fundamental no desenvolvimento de qualquer indivíduo, e foi um dos principais desafios na minha trajetória, além dos “nãos” recebidos, os quais usei como degraus para crescer“, diz ele.
O hoje executivo que é Diretor de Equidade Racial e Relações Institucionais do Grupo Carrefour Brasil, já trabalhou na área da segurança, algo muito comum entre homens negros. Ele conta que o início não fácil, mas estava atento as oportunidades.
“Galguei novos degraus, progressivamente mais desafiadores. Pude deixar grandes contribuições nas empresas em que trabalhei, ao mesmo tempo em que me desenvolvi pessoal e profissionalmente”, explicou Claudionor. Apesar de ocupar um cargo importante numa grande empresa, não foi assim que se imaginou durante sua infância.
“Por falta de referência na família e no ecossistema em que vivia, não sonhava chegar onde cheguei. Me preparei, mantendo as malas prontas a cada parada nas estações da vida, e, assim, aproveitei todas as oportunidades que surgiram em minha carreira”, revela.
Além da representatividade que exerce neste cargo de liderança, estar à frente da Diretoria de Equidade Racial e Relações Institucionais do Grupo Carrefour Brasil dá ao executivo a oportunidade de propor, conduzir e monitorar uma série de iniciativas que impactam a população negra.
“Elaboramos um curso superior com a Universidade Zumbi dos Palmares de Gestão de Segurança Privada; criamos programas de capacitação exclusivos para pessoas negras, chegando a um total de 1.000 participantes pelo programa P.O.D.E.R; promovemos programas de trainee, o Talentos do Futuro e o Liderança Negra; financiamos cursos técnicos e acadêmicos em áreas de tecnologia e gastronomia para a formação de profissionais para o mercado de trabalho por meio dos programas Inova Tec e Transforma Tec; atualmente temos 59,4% de pessoas negras no quadro de funcionários, e temos como meta para 2030 que 50% de pessoas negras ocupem cargos de liderança – estamos com 35,2%“, conta o executivo.
Além disso, Claudionor é parte do planejamento do programa Acelera Iaô, com a organização social Fábrica Cultural, pelo fomento ao empreendedorismo negro na Bahia, e o Programa de Aceleração ao Afroempreendedorismo, que oferece mentoria de fornecedores cuja maioria societária seja de pessoas negras, e prioriza a contratação de serviços prestados por empresas lideradas por pessoas negras.
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