O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, entregou o certificado de país livre da malária, para Cabo Verde. A cerimônia aconteceu na última sexta-feira (12), na Assembleia Nacional, na cidade da Praia. Com a certificação, o país é o terceiro da África a erradicar a doença, após as Ilhas Maurício e a Argélia, que foram certificadas em 1973 e 2019, respectivamente.
Os casos da malária são altos no continente africano, representando aproximadamente 95% dos casos globais de malária, e 96% das mortes, em 2021. Na entrega do certificado, Ghebreyesus agradeceu o país pelo bom exemplo.
“Acredito que alcançar o estatuto de país livre de malária ficará na história de Cabo Verde como uma das suas conquistas mais significativas”, disse o diretor da OMS, que já concedeu esta certificação, até agora, a 43 países e 1 território.
Desde o último pico de casos no final da década de 1980, a malária em Cabo Verde esteve confinada a duas ilhas: Santiago e Boa Vista, que estão agora livres da doença, desde 2017. A ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, considerou o feito uma ocasião histórica do país, e da Saúde Pública Global.
“Celebramos hoje o marco significativo. O anúncio do resultado de candidatura de Cabo Verde como país livre do paludismo. Este feito, mais do que um símbolo de avanço sanitário é um testemunho da nossa resiliência e do compromisso incansável de todos os envolvidos nesta conquista”.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, também comorou o dia histórico e dedicou o reconhecimento ao povo.
“Nós lideramos e criamos e criamos as condições. Mas se não houver comportamento cidadão, se não houver atitude cidadã, se não houver participação cidadã e comunitária os resultados não aparecem. Por isso endossamos esta certificação ao povo cabo-verdiano com sentido de responsabilidade. Este é um momento histórico que estamos a celebrar“, disse ele.
E finalizou expressando a satisfação do impacto positivo sobre o momento de saúde em que o país está vivendo.
“Um marco com impacto positivo sobre a saúde, para a população cabo-verdiana e para a reputação externa. Num país que tem o turismo como a sua principal atividade económica, a eliminação do paludismo significa a eliminação de um constrangimento à mobilidade, da percepção e o reforço da confiança sanitária.”
Leia também: Ministério da Saúde distribui novo medicamento para pacientes com HIV