Conforme o estudo “Cartografias da Violência na Amazônia” divulgado nesta quinta-feira (30), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a violência de gênero nos nove estados que compõem a Amazônia Legal é alarmante. O relatório mostra que as taxas de feminicídio, assassinatos de mulheres e estupros na região, são mais de 30% superiores à média nacional.
No ano passado, o índice nos municípios da Amazônia Legal foi de 1,8 para cada 100 mil mulheres, ou seja, 30,8% superior à média nacional, que foi de 1,4 por 100 mil. Rondônia é o estado que lidera o rancking, com a maior taxa de feminicidio da região. São três mortes por 100 mil mulheres,e em seguida vem o Acre com com uma taxa de 2,7, e Mato Grosso com 2,6.
Somente Roraima (0,9), Amazonas (1,1) e Pará (1,2) apresentam taxas de feminicídio menor que à média nacional. O relatório também aponta a taxa de mortes violentas intencionais. Dos nove estados somados tiveram taxa de 33,8 mortes a cada 100 mil habitantes em 2022, enquanto o país registrou no mesmo ano taxa de 23,3.
Os dados levam em consideração os registros de quatro crimes: homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes em decorrência de intervenção policial. O diretor do Fórum Renato Sérgio de Lima, falou falou que os crimes não estão ligados somente por disputas ambientais.
“Temos uma tradição de ocupação muito pautada do fora para dentro, com vazios urbanos. Ao mesmo tempo, os grandes municípios estão vivendo um problema seríssimos de violência e que as rotas [de tráfico] estão sendo controladas pelo narcotráfico em sinergia e de forma simbiótica com as outras modalidades de crime, como garimpo, desmatamento, grilagem e assim por diante”, afirmou.
O estudo mostra que a taxa de mortes violentas de indígenas na Amazônia é 26% maior do que fora dela.
Leia também: Rádio Nacional da Amazônia estreia programa ‘Identidade Ancestral’