Fonte: Reuters
O prefeito da cidade de Derna, no leste da Líbia, foi detido junto com outras autoridades por suspeita de má administração e negligência em relação ao colapso das barragens que inundou a cidade há duas semanas, informou o gabinete da procuradoria da Líbia nesta segunda-feira.
O gabinete da procuradoria, com sede na capital Trípoli, disse que emitiu ordens para deter oito autoridades locais por causa do colapso das barragens em uma tempestade, que desencadeou a torrente que varreu bairros para o mar, matando milhares de pessoas.
Entre os detidos estão o prefeito e um funcionário encarregado dos recursos hídricos, informou, sem identificá-los.
Moradores revoltados culparam as autoridades pelo colapso das represas, que haviam sido construídas para conter o fluxo no leito sazonal do rio que atravessa a cidade.
Um contrato de 2007 para reparar as barragens nunca foi concluído em meio à guerra civil que começou com a revolta apoiada pela Otan que derrubou Muammar Gaddafi em 2011. Derna foi controlada até 2019 por combatentes de uma série de grupos, incluindo o Estado Islâmico.
Manifestantes incendiaram a casa do prefeito Abdulmenam al-Ghaithi na semana passada, e a administração no leste do país disse que ele foi suspenso e que todo o conselho da cidade foi demitido.
Milhares de pessoas foram confirmadas como mortas
por causa das enchentes e outras milhares ainda estão desaparecidas, com prédios inteiros levados pelo mar. Equipes internacionais de resgate continuam os esforços para recuperar corpos sob os escombros e no porto da cidade, com a esperança de encontrar sobreviventes cada vez menor.
A inundação e os esforços de resgate também expuseram o atrito entre o governo central e uma administração rival que controla o leste do país e não reconhece as autoridades em Trípoli.
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