Com diversas ações em 35 unidades do Sesc – 20 na capital e Grande São Paulo e 15 no interior e litoral do estado –, o Agosto Indígena conta com apresentações, oficinas, exibição de filmes, feira literária, vivências coletivas, contação de histórias e cursos, gratuitamente, para promover a valorização da diversidade dos povos originários no Brasil.
A programação é organizada a partir do Dia Internacional dos Povos Indígenas – celebrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 9 de agosto -, que resultou no Agosto Indígena, estabelecido pelo Estado de São Paulo por meio da Lei 17.311, em 2021. Ao longo de todo o mês, a programação do projeto inclui cerca de 150 atividades, majoritariamente livres para todas as idades e gratuitas.
Com identidade visual criada pelo artista Denilson Baniwa e o Coletivo SP Terra Indígena, o Agosto Indígena, que nesta edição realiza ações orientadas pelo tema Brasil Terra Indígena, iniciou a programação especial no Sesc Consolação, na última quarta-feira (09).
Entre os dias 22 e 24/8, o Sesc Avenida Paulista apresenta três encontros com Geni Núñez, escritora e psicóloga que, por meio de sua pesquisa acadêmica, tem proporcionado importantes reflexões sobre as perspectivas indígenas acerca de temas como etnogenocídio, raça, luta anticolonial e antirracista.
No dia 22, a ativista guarani abordará o tema Artesanias Relacionais: Uma discussão sobre ciúmes e combinados. No dia 23, com a colaboração de Jaci Jaxuka Martins, indígena Guarani Mbya e liderança da terra indígena do Jaraguá (SP), Núñez ministrará o curso Perspectivas Indígenas Antirracistas: Contribuições para a Luta Anticolonial. No dia 24, debaterá com os psicanalistas Kwame Yonatan e Laura Lanari, na roda de conversa Aquilombamento nas Margens: Geni Núñez.
A pluralidade de ações do Agosto Indígena também permitirá ao público uma imersão nos saberes e fazeres de diversos povos originários, com o acesso a oficinas de artesania e interações lúdicas por meio de danças, jogos e brincadeiras ensinados por educadores, como Karai Valcenir Tibes, Eliane da Silva e Rony Tibes, da Terra Indígena Tenondé Porã (SP), que estarão presentes nas tardes de sábado, de 5 a 19 de agosto, no Sesc Santo André.
Em visitas mediadas ao Planetário do Carmo, atividade que integra a programação do Sesc Itaquera, a compreensão de fundamentos da astronomia indígena e a relação empírica dos povos originários com o céu será compartilhada em duas tardes de sábado, dias 19 e 26/8, pelo escritor e ativista Antony Jaray Poty.
Entre as ações de vivência, o Agosto Indígena também promoverá visitas mediadas à Aldeia Renascer Ywyty Guaçu, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo; à Aldeia Kuaray Oua, na Terra Indígena Tenondé Porã, na zona sul da capital, onde será realizado um mutirão de plantio baseado na roça Guarani; e na Reserva Indígena Multiétnica Filhos Desta Terra, em Guarulhos,onde os participantes farão um passeio pela trilha ecológica da terra indígena e terão contato com a relação destes povos com a natureza, por meio de atividades de canto, danças e brincadeiras indígenas.
No CineSesc, além da estreia do filme Bibiru: Kaikuxi Panema, que contará com a presença dos diretores Latso Apalai e André Lopes,Miradas Femininas, uma seleção de seis filmes com curadoria de Júnia Torres,apresentará produções de diretoras que registram e atualizam rituais, além de dialogar com expressões poéticas no cinema.
Na abertura dessa programação, em 17/8, as cineastas Graciela Guarani, Marta Tipuici Manoki, Kerexu Martim e Jera Guarani participam de uma conversa mediada por Júnia Torres. O bate-papo ocorre das 18h30 às 20h30. Na sequência, serão exibidos os filmes Aguyjevete Avaxi’i (Brasil, SP/Guarani Mbya, 2023, 20 min); e Ajali Numa: O jogo de cabeça dos Manoki e Myky (Brasil, MT/Manoki, 2023, 73 min).
A programação completa está disponível em: https://www.sescsp.org.br/agostoindigena
Leia também: “É urgente assegurar a demarcação de terras indígenas”, diz Ywmalay Pataxó