Casa do Benin em Salvador (BA) recebe a Flipelô+ 2023, que homenageia Mãe Stella de Oxóssi

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Até o próximo domingo (13), a Casa do Benin, em Salvador (BA) será terreiro para a realização de uma programação da cultura negra dentro da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô+), que homenageia nesta edição a yalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá. As atividades literárias e artísticas na festividade são uma realização da Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos.

Inspirada nos ensinamentos e escritos da imortal Mãe Stella de Oxossi, Odé Kayodê, a programação da Casa do Benin segue o lema “Nosso Tempo Agora“. Além da Casa do Benin, a programação da Flipelô+ acontece, de forma totalmente gratuita, em vários outros espaços do Centro Histórico da cidade, como o Teatro Sesc-Senac, o Largo do Pelourinho e a Fundação Casa de Jorge Amado.

Queremos provocar reflexões, com intervenções artísticas e outras atividades focadas no aqui e agora, no presente, e que, ao mesmo tempo, possibilitem o trânsito entre o passado, a ancestralidade, a tradição, e o futuro, a vanguarda, o porvir. Vale pontuar que, ela foi uma das personagens que participou dos intercâmbios do projeto Bahia Benin, que levou a criação da Casa do Benin, em 1988“, declara Chicco Assis, diretor de patrimônio e equipamentos culturais da Fundação Gregório de Mattos.

A programação completa da Flipelô+ pode ser acessada no site oficial do evento.

Mãe Stella de Oxóssi / Foto: Divulgação

Participando da Flipelô+ desde a primeira edição, em 2017, a Casa do Benin traz uma programação predominantemente negra para a festa literária, com participações especiais do ator Jorge Washington e sua Culinária Musical, a egbomi Vovó Cici, a historiadora Vanda Machado, o poeta Lucas de Matos, entre outros. Tendo a memória de Mãe Stella como grande norte, as ações durante os seis dias de evento buscam evidenciar e valorizar a diversidade que há na literatura negra e a sua transversalidade com outras linguagens artísticas – a culinária, a poesia, a música, teatro, fotografia – e outros elementos das culturas afrodiaspóricas.

Localizada na encruzilhada. Pedir licença a quem é responsável pela comunicação se faz necessário. “Antes de Tudo Exu“, foi com esse título que o primeiro dia da programação começou, nesta terça-feira (08). Abertos os caminhos, é preciso preencher de riqueza e alegria o terreiro. Quarta de Xangô, dia para o “Amalá de Ideias“. As atividades desta quarta-feira (09) começam a partir das 11h com visitas mediadas pela exposição Lapso Temporal – Casa do Benin 35 anos, que ocorrerão durante todos os dias da festa.

Para a festa o rei da justiça, a Casa convoca artistas pretos da palavra para a a audiência pública poética “Afreketê: Ponto de encontro e articulação da cena literária negra e independente para reflexões, intervenções e elaboração de propostas de ocupação poética da Casa do Benin”. A mediação fica por conta de Nelson Maca, que convida o professor da Escola de Direito da UFBA e advogado Samuel Vida para ampliar o bate-papo com a comunidade literária.

Seis pontas formam a encruzilhada. Seis dias de atividades. O terceiro dia, na próxima quinta-feira (10), uma quinta-feira, de Oxóssi, O Tempo de Okê Arô“. No cotidiano dos terreiros é fácil ouvirmos, “um bom aluno hoje, um bom mestre amanhã“.

Sendo um espaço de intercâmbio da cultura afro diaspórica, a Casa do Benin realiza nos dias 10 e 11 “Do Silêncio ao Berro: Oficina de Performance Poética”, com os escritores, poetas e performers da palavra Lucas de Mattos e Nelson Maca, destinada a 20 pessoas interessadas na leitura e performance de poesia, trazendo aspectos teóricos e práticos da escrita, leitura e interpretação. As inscrições pelo perfil no Instagram @casadobenin ou pelo link a seguir: linktr.ee/casa.do.benin

Ainda na quinta, a Editora Organismo faz uma ocupação literária na casa com a realização de três mesas de debate: das 14h às 15h20, o tema é “A literatura negro-brasileira, entre amor e unguento?”, com o educador e poeta da literatura negra Josevaldo Santiago, a poetisa Anajara Tavares e mediação de  Ari Sacramento; das 15h30 às 16h50, o bate papo é feminismo negro “Literatura de mulheres negras como feitiço”, com a filha de Oxum e escritora Vânia Melo e a professora e escritora Camila Carmo e mediação de Hildália Fernandes; a última mesa ocorre de 17h às 18h20, com o título “Milongas e ancestralidades negras no processo criativo literário”, com o escritor e compositor Lande Onawale, a poetisa Kota Gandaleci e Maria Dolores Rodriguez, na mediação. O dia termina com apresentação da performance poética teatral, O Museu é a Rua!, a partir das 18:30h, do Grupo de Arte Popular A Pombagem.

A banda ‘A Mulherada’ vai se apresentar na Casa do Benin no próximo sábado (12) /Foto: Divulgação

Êpa Babá. Sexta é dia de branco. Oxalá. Dando continuidade às atividades na Flipelô+, na próxima sexta (11) de agosto, com o títuloFunfun“, o equipamento cultural traz a oralidade e a palavra escrita para o centro. Pela manhã, a oficina de Literatura e Performance Negra. Pela tarde, o ator Alan Miranda convida colegas de cena para um bate-papo, das 14h às 15h20, sobre “Da Escrita ao Palco – o Stand Up Comedy como instrumento de letramento racial”.

A noite, a partir das 18h, a editora Malê realiza o lançamento dos livros “Estampas do Abismo”, da poeta Jovina Sousa, e “A Galinha Conquém”, da historiadora Vanda Machado, que através de palavras e ilustrações traz um conto que nos estimula a pensar sobre a boa convivência entre as pessoas e com o meio ambiente. Além da sessão de autógrafos, as escritoras participarão de bate-papos com o público presente.

Sábado. A matriarcalidade e o poder das yabás estarão no centro das atividades. A Casa do Benin traz o lema diário “Para Todas as Ayabás, Para Todas Elas”. Neste dia 12 de agosto, a Editora Organismo volta com a ocupação literária e bate-papos. O primeiro, às 10h, é “Contação de História em vozes negras”, com a escritora de literatura infantil Lorena Ribeiro, a doutora em arqueologia Jaqueline Santana e Fernanda Santiago, na mediação da mesa. Final da manhã, é momento de kudiar/comer, vamos ocupar a cozinha com a aula show Culinária Musical com Jorge Washington, que convida Vovó Cici e Marlene da Costa para ensinar a fazer um Mulukun, comida rito a Oxum.

Na tarde de sábado, às 15h, ocorre o lançamento do livro ilustrado “Awon Ona Jagun – Narrativas de Mãe Carmen de Osaguian”, pela Editora Tecnomuseu, que em poesia conta algumas histórias da vida de yalorixá do Gantois, no desafio de “documentar” pilares e valores, e assegurar que os preceitos de matriz africana adentrem o futuro. O livro é escrito por filhos de santo do terreiro, sendo eles Tanira Fontoura, Tiago Coutinho, José Ricardo Lemos e Rubens Caldas. A produção artística é do designer Breno Loeser.

É das yabás, é das Iyás, mulheres que sustentaram e disseminaram as religiões de matriz africana no Brasil. Em 2023, a grande homenageada da Flipelô é Odé Kayodê, que ficou à frente do Afonjá por mais de quatro décadas. Às histórias dela serão trazidas à tona a partir de memórias afetivas de seus sobrinhos, dos laços consanguíneos e religiosos, no encontro “Iyás Minhas Raízes – Mãe Stella de Oxóssi em Memórias de Família”, às 16h, com os sobrinhos  Thomazia Azevedo, Tereza Azevedo e Adriano Azevedo. Para finalizar o dia, de 18h30 às 20h, a banda A Mulherada fará um show.

Último dia, 13 agosto, depois de intensos dias de sabedoria, literatura e outras linguagens da cultura negra, das 12h às 17h, ocorre mais uma edição do Culinária Musical com Jorge Washington. Será uma tarde de aula show, com apresentações musicais de Marcos Aragão e Banda, e a sambista Gal do Beco; e a poesia de Edinaldo Muniz e Sérgio Laurentino, ambos do Bando de Teatro Olodum.

O Afrochefe vai preparar uma moqueca de carne seca, charque com farofa d’água e moqueca de banana da terra. Em Collab com a Chef Mannu Bombom vai preparar um Xixim de Bofe especial. De quinta (10) a domingo (13), ocorre a Feira Olojá: Feira de Livros, Artesanias e Afetos – Ocupação Aláfia, das 10h às 19h.

Casa do Benin

Na encruzilhada que dá acesso ao Pelourinho, Taboão, Santo Antônio Além do Carmo e Barroquinha, um casarão branco nos lembra cotidianamente há 35 anos o intercâmbio sociocultural e político entre dois países, uma relação que é retomada entre os anos de 1986 e 1988, no projeto Bahia-Benin, encabeçado pelo então prefeito de Salvador na época, Mário Kertész, através da recente criada Fundação Gregório de Mattos (FGM). Fluxo e refluxo, que deu origem à Casa do Benin, equipamento cultural inaugurado no dia 06 de maio de 1988. Dentro das comemorações, ocorre a exposição Lapso Temporal – Casa do Benin, 35 anos, com fotografias e documentos do Acervo Arlete Soares. Um chamamento imagético que reacende as relações Bahia-Benin. 

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Casa do Benin na Flipelô+ 2023 

Nosso Tempo Agora!.

  • Casa do Benin na Pré-Flipelô – Abre Caminho

09/08– Quarta – Amalá de Ideias

11h – Visitas Mediadas (Acervo da Casa do Benin e Exposição Lapso Temporal)

16h às 18h –  Afreketê – Audiência Pública Poética: Ponto de encontro e articulação da cena literária negra e independente para reflexões, intervenções e elaboração de propostas de ocupação poética da Casa do Benin. Convidado: professor da Escola de Direito da UFBA e advogado Samuel Vida. Mediação: Nelson Maca

** 35 Anos Casa do Benin na Flipelô+

10/08 – Quinta – O Tempo de Okê Arô

10h – Do Silêncio ao Berro: Oficina de Performance Poética (Lucas de Mattos e Nelson Maca)

11h – Visitas Mediadas (Acervo da Casa do Benin e Exposição Lapso Temporal)

14h às 15h20 – Ocupação Editora Organismo: A literatura negro-brasileira, entre amor e unguento? – Josevaldo Santiago, Anajara Tavares e Ari Sacramento (mediação)

15h30 às 16h50 – Ocupação Editora Organismo: Literatura de mulheres negras como feitiço – Juciane Reis e Camila Carmo e Hildália Fernandes (mediação)

17h às 18h20 – Ocupação Editora Organismo: Milongas e ancestralidades negras no processo criativo literário – Lande Onawale, Kota Gandaleci, Maria Dolores Rodriguez (mediação)

18:30h – Atração Artística: Grupo de Arte Popular A Pombagem – O Museu é a Rua!

11/08 – Sexta – Funfun

10h – Do Silêncio ao Berro: Oficina de Performance Poética (Nelson Maca e Lucas de Mattos)

11h – Visitas Mediadas (Acervo da Casas do Benin e Exposição Lapso Temporal)

14h às 15h20 – Da Escrita ao Palco – o Stand Up Comedy como instrumento de letramento racial – Alan Miranda e Convidados

15h30 às 17h30 – Mostra: Resultado da Oficina de Performance Poética

18h às 19h20 – Ocupação Editora Malê: Lançamento do Livro Estampas do Abismo de Jovina Sousa + Bate Papo + Autógrafos

19h30 às 20h50 – Ocupação Editora Malê: Lançamento do Livro A Galinha Coquém de Vanda Machado + Bate Papo + Autógrafos

12/08 – Sábado – Para Todas as Ayabás, Para Todas Elas

10h às 11h20 – Ocupação Editora Organismo: Contação de História em vozes negras. Lorena Ribeiro, Jaqueline Santana e Fernanda Santiago (mediação)

11h – Visita Mediada (Acervo da Casa do Benin e Exposição Lapso Temporal)

13h – Aula Show: Jorge Washington Convida Vovó Cici e Marlene da Costa  

15h às 16h20 – Lançamento do Livro “Awon Ona Jagun – Narrativas de Mãe Carmen de Osaguian” de Tanira Fontoura, Tiago Coutinho, José Ricardo Lemos e Rubens Caldas + Bate Papo + Autógrafos

16h30 às 17h50 – Iyás Minhas Raízes: Mãe Stella de Oxóssi em Memórias Familiares – Thomazia Azevedo, Tereza Azevedo, Adriano Azevedo

18h30 às 20h – Atração Artística: A Mulherada

13/08 – DomingoOxalá Quem Guia

11h – Visita Mediada (Acervo da Casa do Benin e Exposição Lapso Temporal)

12h às 17h – Culinária Musical com Jorge Washington

– Feira Olojá: Feira de Livros, Artesanias e Afetos / Ocupação Aláfia: Quinta a Domingo – Das 10h às 19h

Leia também: Casa do Benin em Salvador (BA) comemora 35 anos com a exposição Lapso Temporal 

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