Por Agência Brasil
Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que 60% dos negros ainda não conseguiu voltar ao mercado de trabalho durante a pandemia.
São três milhões de pessoas negras que estavam empregadas antes da pandemia, que não conseguiram voltar a trabalhar. Enquanto na população não negra esse número é de 1 milhão de pessoas. Os dados são uma comparação entre o 1º e o trimestre de 2020 e o 2º 2021. O estudo aponta que a população negra está mais exposta a precarização das relações de trabalho.
O estudo aponta que a população negra está mais exposta a precarização das relações de trabalho. Ganham menos, tem menos cargos de direção e foi mais atingida pela perda de vagas durante a pandemia.
O economista do Diesse, Gustavo Monteiro, explica que quando veio a pandemia, o desemprego atingiu todo mundo, mas agora que os empregos estão se recuperando, os não negros conseguem voltar ao mercado mais rápido. A jornalista Verônica Soares sentiu dificuldades para achar uma vaga, apesar de anos de experiência na carreira não foi fácil achar uma porta aberta.
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Os impactos da pandemia foram mais intensos sobre os negros, seja pela dificuldade para encontrar colocação ou pela necessidade de voltar antes ao mercado de trabalho, devido à falta de renda.
O economista Gustavo Monteiro explica que os números negativos sobre a população negra vêm se repetindo ao longo dos anos porque, no Brasil, a mobilidade entre as classes sociais é pequena.
Uma dificuldade que vem desde a época da escravidão. Impactos que passam de geração em geração, e até hoje essa população sofre os efeitos da pobreza.
O número de pessoas que perderam os postos de trabalho por causa da crise sanitária, entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, foi de 8,8 milhões. Desses, mais de 70% eram negros.
O levantamento mostra ainda que as mulheres negras são as mais afetadas; Elas têm mais dificuldade para entrar no mercado de trabalho e quando entram tem um salário menor.
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