51% das classes A, B e C têm dívidas no cartão de crédito

Famílias com dívidas

Mais da metade dos brasileiros das classes A, B e C estão endividados no cartão de crédito, segundo revela um novo levantamento nacional. Os dados mostram que 51% das pessoas nessas faixas de renda possuem dívidas com o cartão, o que indica um cenário de vulnerabilidade financeira crescente mesmo entre quem está acima da linha da pobreza.

O levantamento aponta ainda que 28% da população têm empréstimos pessoais e 17% estão envolvidos em financiamentos de imóveis ou veículos. Os maiores índices de endividamento se concentram entre jovens de 25 a 40 anos e moradores do Nordeste, evidenciando que a pressão econômica afeta principalmente a juventude e regiões historicamente negligenciadas pelo poder público.

Além do comprometimento atual, a preocupação com o futuro também é expressiva: 63% dos entrevistados se dizem preocupados com sua situação financeira nos próximos meses, sendo que 35% afirmam estar muito preocupados. Mesmo entre a classe A, considerada de maior poder aquisitivo, quase metade tem algum tipo de dívida e, entre os endividados, 44% comprometem mais de um mês inteiro de renda.

A pesquisa foi realizada pela Nexus, Pesquisa e Inteligência de Dados, que entrevistou 1.010 pessoas entre os dias 8 e 9 de agosto. Para o CEO da empresa, Marcelo Tokarski, os dados reforçam a urgência de ações voltadas à educação financeira. Ele alerta que o alto grau de endividamento, somado à falta de poupança, torna os brasileiros mais suscetíveis a imprevistos, como doenças, desemprego ou emergências familiares.

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Apesar de o cartão de crédito ser um dos instrumentos de maior acesso entre consumidores de renda média e alta, ele também se consolida como a principal armadilha financeira. Com juros altos e parcelamentos que comprometem orçamentos futuros, o uso frequente sem planejamento pode levar rapidamente ao superendividamento.

O estudo ainda reforça que boa parte dos brasileiros das classes A, B e C não consegue poupar: gastar toda a renda do mês tornou-se comum, enquanto a incerteza econômica aprofunda o medo de instabilidade. Diante desse quadro, especialistas recomendam que políticas públicas de educação financeira sejam ampliadas, com foco em planejamento familiar, consumo consciente e acesso a crédito responsável.

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