A correspondente do site Opera Mundi em Lisboa, Stefani Costa, voltou a ser alvo de intimidações graves nas redes sociais. Em publicação feita na quinta-feira (11) no X, um usuário que se identifica como Bruno Silva ofereceu um apartamento avaliado em cerca de 300 mil euros para quem cometesse um massacre contra imigrantes brasileiros. Além disso, acrescentou que pagaria mais 100 mil euros a quem entregasse a “cabeça” da repórter.
Na postagem, ele escreveu: “Estou oferecendo um dos meus apartamentos no centro de Lisboa, avaliado em média em 300 mil euros, a quem realizar um massacre e exterminar pelo menos 100 brasileiros em Portugal, e darei um bônus adicional de 100 mil euros a quem me trouxer a cabeça da @sttefanicosta”.

A jornalista declarou que esse tipo de ameaça não é novidade. “Não é a primeira vez que recebo ameaças de morte; já aconteceu várias vezes. Inclusive, já fui agredida na rua por um eleitor do Chega [partido político de direita radical], apenas por ser brasileira”, afirmou.
A Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) divulgou nota em defesa da repórter, lembrando que os ataques vêm se repetindo e exigindo providências das autoridades. Para a entidade, é inadmissível que, em um país democrático, jornalistas ou cidadãos sejam alvos de perseguição por sua origem ou crença.
Stefani já havia recorrido ao Ministério Público no ano passado. Apesar da abertura de inquérito, a investigação segue sem avanços porque as plataformas digitais não revelaram quem está por trás do perfil de Bruno Silva e de outros envolvidos.
Dados do Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO) mostram que Portugal se transformou em um dos principais centros de desinformação no continente quando o assunto é imigração.
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