O produtor Timbaland anunciou nesta semana a criação da Stage Zero, sua nova empresa de entretenimento voltada para artistas desenvolvidos com inteligência artificial. A primeira aposta do projeto é TaTa, uma cantora virtual apresentada como representante de um novo gênero musical chamado “A-Pop”, uma vertente pop criada inteiramente com base em IA.
Com visual marcante, incluindo cabelo rosa, TaTa deve ganhar uma presença ativa nas redes sociais, em uma tentativa de aproximar a artista virtual do público e torná-la o mais realista possível. A ideia, segundo Timbaland, é usar a tecnologia como ferramenta para explorar novos caminhos criativos na música.
“Não estou apenas produzindo faixas agora”, disse Timbaland em comunicado. “Estou produzindo sistemas, histórias e estrelas do zero. [TaTa] não é um avatar. Ela não é uma personagem. TaTa é uma artista musical viva, em aprendizado contínuo e autônoma, construída com IA. TaTa é o início de algo maior. Ela é a primeira artista de uma nova geração. A-Pop é a próxima evolução cultural, e TaTa é seu primeiro ícone”.
Timbaland tem sido um defensor ativo da IA na música. Em uma entrevista de abril à Billboard americana, ele afirmou que a tecnologia atual está em um momento empolgante, diferente do que era há alguns anos.
“A tecnologia de hoje é perfeita para isso”, disse Timbaland. “O que antes me tomava três meses, agora leva apenas dois dias. No começo, era como um brinquedo. Era como ir a uma loja de brinquedos. Você passa por uma fase de excessos, porque não acredita que isso já é possível”, afirma.
O anúncio gerou repercussão internacional e tem dividido opiniões. Enquanto algumas pessoas se mostram animadas com o avanço tecnológico e as possibilidades que ele oferece, outras demonstram preocupação com os rumos da indústria e o espaço que artistas humanos podem perder nesse processo.

Apesar do otimismo em torno do projeto, o uso de inteligência artificial na música ainda enfrenta desafios legais. Um dos casos em destaque é a ação movida pela Recording Industry Association of America (RIAA) contra a startup Suno, que está sendo processada por utilizar músicas protegidas por direitos autorais para treinar seus modelos de IA.
Mesmo diante das controvérsias, Timbaland acredita que está diante de uma grande transformação no setor. Para ele, esse é apenas o começo de uma tendência que deve ganhar cada vez mais força no mercado musical.