Tá osso: 49% dos brasileiros precisam de renda extra para fechar o mês, revela pesquisa

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Fechar as contas no fim do mês é um desafio para brasileiros assalariados ou até mesmo entre aqueles que são microempreendedores, adeptos do modelo Pessoa Jurídica (PJ). No cenário econômico atual, quase metade desses trabalhadores precisam recorrer a uma segunda fonte de renda para conseguir fechar as contas no fim do mês, conforme aponta um estudo da SalaryFits, da Serasa Experian, onde foi constatado que 49% das pessoas vivem essa realidade.


O estudo também aponta que 54% dos trabalhadores não conseguem administrar o salário no fim do mês, número que melhorou em relação ao ano passado, quando 64% das pessoas alegaram essa dificuldade. Os principais gastos estão distribuídos em contas básicas como alimentação, aluguel, luz, gás e água; na sequência, aparecem despesas com empréstimos, financiamentos e consumo.

Quase metade dos brasileiros precisam de renda extra para fechar o mês – Foto: Pixabay


“As vezes é necessário deixar de pagar uma conta, escolhendo outra mais importante ali no momento, as vezes só sobrou o dinheiro da conta de água ou luz, e do nada o gás acaba, ou um filho fica doente… acontece muito isso.” Disse Wellington Figueiredo, de 26 anos, que divide a rotina entre o cargo de auxiliar administrativo e um trabalho freelancer em um bazar na Zona Leste de São Paulo.

O relatório também analisou o perfil dessas pessoas e constatou que a classe C, jovens da geração Z e trabalhadores PJ, formam os principais grupos sociais impactados pela instabilidade financeira. Além disso, os pesquisadores observaram reflexos da situação frente à saúde mental visto que 66% dos entrevistados alegaram um aumento do estresse por causa das dívidas, outros 43%, relataram que sentem maior irritabilidade e 39% afirmaram que a questão o fizeram desenvolver quadros de insônia.

Assistente de produção audiovisual e social media de um projeto de futsal, Rodrigo Esteves, de 30 anos, afirma que os reflexos da inconsistência financeira fazem parte do seu cotidiano e boa parte de seus planos consiste em contornar a situação.


“Uma pressão constante em resolver esse problema. Saber que não terá uma resolução em breve me deixa pensativo e às vezes um pouco desatento, avoado. Durante o dia todo, eu nunca esqueço, apenas desligo um pouco pra conseguir continuar”, disse.

Quando o recorte é categorizado por gerações, o relatório revela que a geração Z (nascidos entre os anos 1990 e início dos anos 2010) é a única que usa boa parte da renda para lazer e que esses jovens apresentam maior dependência do cartão de crédito, tópicos que chegaram a 13% e 17% respectivamente. Já os Millennials ( nascidos entre a década de 80 e meados da década de 90), destinam 15% dos ganhos para o pagamento de dívidas e 13% para alimentação, A geração X,(nascidos entre o início dos anos 1960 e o fim dos anos 1970), por sua vez, aparecem com grande uso do cartão de crédito, representando 14% da renda e dívidas que chegam a comprometer 13% do salário.


A pesquisa ouviu 1.029 pessoas entre maio e junho de 2025 em todas as regiões do Brasil e contou com trabalhadores dos sistemas CLT e PJ de empresas públicas e privadas. A média de idade dos entrevistados é de 41 anos entre homens e mulheres.

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Erick Braga

Erick Braga

Formado em jornalismo no ano de 2023 pela Universidade São Judas Tadeu,criado no interior da Bahia e residindo desde 2012 em São Paulo, acredita no jornalismo profissional como ferramenta de transformação social e combate a desinformação.

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