Com o avanço dos anos, e o processo de envelhecimento, a eficácia do sistema imunológico frequentemente diminui, resultando em um aumento da susceptibilidade a infecções, e enfermidades, diversas. Assim, os idosos são frequentemente considerados uma população vulnerável a diversas condições de saúde.
Contudo, uma pesquisa conduzida pela Mayo Clinic revelou que algumas pessoas com mais de 60 anos conseguem preservar o que os cientistas chamam de “juventude imunológica”, um conceito desenvolvido para descrever um sistema imunológico que mantém características de juventude, apesar do envelhecimento.
Em uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (14), na revista Nature Aging, os pesquisadores investigaram as razões pelas quais certos indivíduos possuem essa “fonte da juventude” em seus sistemas imunológicos. O propósito era elucidar o mecanismo que permite que a imunidade de alguns idosos se mantenha tão robusta quanto a de indivíduos mais jovens.
Sob a liderança de Cornelia Weyand, especialista em reumatologia e pesquisa clínica, na Mayo Clinic, a equipe detectou essa “fonte da juventude” em 100 pacientes idosos que estavam em tratamento para arterite de células gigantes, uma enfermidade autoimune, que atinge as artérias, incluindo também a aorta.
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Nos tecidos afetados dos participantes do estudo, os cientistas descobriram células imunológicas especializadas, conhecidas como células T, com características de células-tronco. De maneira habitual, essas células funcionam como células-tronco jovens, promovendo a regeneração de tecidos, auxiliando na cura e no crescimento. Entretanto, neste caso específico, estavam contribuindo para a propagação da doença autoimune.
“Observamos que esses pacientes possuem sistemas imunológicos muito jovens, apesar de estarem na faixa dos 60 e 70 anos. Mas o preço que pagam por isso é a autoimunidade”, comenta Weyand. A autoimunidade refere-se a uma condição em que o sistema imunológico ataca erroneamente células, tecidos e órgãos saudáveis.
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Embora os resultados possam parecer encorajadores, os pesquisadores alertam que um sistema imunológico que envelhece juntamente com o corpo traz certas vantagens. “Precisamos considerar o preço a pagar pela juventude imunológica. Esse preço pode ser o desenvolvimento de doenças autoimunes”, adverte Jörg Goronzy, pesquisador da Mayo Clinic, com foco no envelhecimento e coautor do estudo.
Diante dessas evidências, as descobertas podem auxiliar os cientistas a desenvolver novos métodos para identificar indivíduos e pessoas saudáveis com elevados níveis de células-tronco imunológicas, que possam ter maior risco de desenvolver doenças autoimunes no futuro.
Os pesquisadores sublinham que o envelhecimento do sistema imunológico representa um “mecanismo adaptativo sofisticado”, atuando na prevenção de doenças autoimunes.
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