São Paulo aparece entre as cidades mais estressantes do mundo, aponta estudo

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Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil

São Paulo ocupa a oitava posição entre as cidades mais estressantes do mundo, segundo um ranking internacional divulgado pela empresa norte-americana Remitly. O levantamento avaliou 170 grandes centros urbanos e atribuiu à capital paulista uma pontuação de 7,14 em um índice que vai de 0 a 10, no qual valores mais altos indicam maior nível de estresse urbano. Nova York lidera a lista, seguida por Dublin, na Irlanda, e Cidade do México.

O estudo analisou cinco indicadores principais: tempo médio de deslocamento para percorrer 10 quilômetros, custo de vida, acesso e qualidade dos serviços de saúde, percepção de criminalidade e níveis médios de poluição do ar. A combinação desses fatores resulta no índice final de estresse atribuído a cada cidade.

Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil

Na América Latina, o levantamento aponta que a insegurança pública exerce papel central na elevação dos níveis de estresse. Em cidades como São Paulo e Cidade do México, a percepção de violência, associada a longos deslocamentos e desigualdades socioespaciais, impacta de forma direta o cotidiano da população. Já em cidades da Europa e da América do Norte, o custo de vida aparece como o principal fator de pressão.

No caso paulistano, o estudo destaca que a rotina marcada por congestionamentos, deslocamentos prolongados e desigualdade no acesso a serviços urbanos pesa de maneira desigual sobre diferentes grupos sociais. Moradores das periferias, majoritariamente negros, enfrentam tempos maiores de deslocamento entre casa e trabalho, além de maior exposição à violência e à precariedade da infraestrutura urbana , fatores que contribuem para a intensificação do estresse cotidiano.

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A pesquisa também reforça que o estresse urbano não é distribuído de forma homogênea. Indicadores como criminalidade e acesso à saúde tendem a afetar mais fortemente populações racializadas e de baixa renda, que vivem em regiões com menor oferta de serviços públicos e maior vulnerabilidade ambiental.

Na outra ponta do ranking, cidades como Eindhoven e Utrecht, nos Países Baixos, e Canberra, na Austrália, foram classificadas como as menos estressantes do mundo. Esses centros urbanos apresentam menores tempos de deslocamento, baixos índices de criminalidade, melhor qualidade do ar e maior equilíbrio entre custo de vida e renda média.

Segundo a Remitly, o objetivo do levantamento não é medir o estresse individual, mas oferecer uma visão comparativa sobre como fatores estruturais, financeiros, ambientais e sociais, influenciam a experiência de viver em grandes cidades ao redor do mundo.

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