Fonte: AFP
O governo britânico confirmou nesta quarta-feira (1º) a detenção, nos últimos dias, de um número não especificado de migrantes que farão parte do contingente que pretende expulsar para Ruanda de acordo com uma lei polêmica.
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O Parlamento aprovou uma lei em abril que permite que os migrantes que chegaram irregularmente ao Reino Unido sejam expulsos para Ruanda.
O Parlamento considerou Ruanda um país seguro, revogando a liminar da Suprema Corte de novembro, segundo a qual “há motivos substanciais para acreditar que a remoção dos requerentes [de asilo] para Ruanda os exporia a um risco real de maus-tratos”.
Na terça-feira, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu conter o grande fluxo de migrantes em pequenos barcos que cruzam o Canal da Mancha vindos da França e disse que as remessas para Ruanda começariam dentro de “10 a 12 semanas”.
O governo disse que planeja enviar 5.700 migrantes irregulares para Ruanda até o final do ano, 2.143 dos quais “já podem ser rastreados para detenção”.
Os primeiros relatos de prisões de pessoas a serem colocadas em voos para o pequeno país do leste africano circularam no início da semana. O Ministério do Interior confirmou na quarta-feira que “uma série de operações em todo o país” estava em andamento.
“Os primeiros imigrantes ilegais a serem expulsos para Ruanda já foram presos”, acrescentou.
O ministério disse que esse era “outro marco importante” no plano de Ruanda e divulgou fotografias e um vídeo mostrando pessoas algemadas sob a custódia de oficiais de imigração em operações em diferentes locais.
Fontes do governo citadas pelo The Times revelaram na terça-feira que um migrante que teve seu pedido de asilo recusado concordou em ser enviado para Ruanda, recebendo £3.000 (cerca de US$ 3.700 ou R$ 19 mil ) em troca. O homem, supostamente de um país africano, viajou para Ruanda em um voo comercial.
Com uma população de 13 milhões de habitantes, Ruanda afirma ser um dos países mais estáveis da África. Mas grupos de direitos humanos acusam o presidente Paul Kagame de governar em um clima de medo e de reprimir a dissidência e a liberdade de expressão.
O partido conservador de Sunak diz que o plano de Ruanda já tem um efeito dissuasivo sobre muitos migrantes.
Mas a oposição do Partido Trabalhista acredita que se trata apenas de um “artifício” que não conterá o fluxo de chegadas.
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