O principal alvo da megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, conseguiu escapar. O traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, era o nome central da ofensiva das forças de segurança, mas não foi localizado durante a ação.
Considerado o maior chefe do Comando Vermelho (CV) em liberdade, Doca ocupa posição logo abaixo de Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar, ambos presos em penitenciárias federais. Segundo o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, o criminoso usou “soldados” do tráfico para criar uma barreira e fugir do cerco policial.
O Disque Denúncia do Rio oferece R$ 100 mil de recompensa por informações que levem à sua captura. Doca, nascido em 1970, tem registros de naturalidade tanto em Caiçara (RS) quanto em Caiçara (PB), divergência que aparece nos próprios documentos oficiais. Ele está no crime há mais de duas décadas e foi preso em flagrante em 2007, por porte de arma e tráfico, na Vila da Penha.
Durante coletiva nesta sexta-feira (31), o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, confirmou que 117 dos mortos eram suspeitos e que 78 tinham antecedentes criminais, sendo 42 foragidos. A lista divulgada pela Cúpula da Segurança Pública inclui chefes do Comando Vermelho de outros estados, como Chico Rato e Gringo, do Amazonas; DG e Mazola, da Bahia; Fernando Henrique dos Santos, de Goiás; e Russo, do Espírito Santo.
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Ao todo, 39 mortos eram de outros estados, reforçando, segundo Curi, que os complexos da Penha e do Alemão funcionavam como quartel-general nacional do CV. “As investigações mostram que nesses locais são realizados treinamentos de tiro e formação de criminosos enviados a outros estados”, afirmou.
A operação, que envolveu 2.500 policiais, tinha como meta cumprir 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão. Moradores relataram cenas de horror, com dezenas de corpos amontoados na Praça São Lucas, levados por voluntários após confrontos na Serra da Misericórdia.
Em rede social, o governador Cláudio Castro (PL) classificou a ação como necessária: “Nosso trabalho é livrar a sociedade do tráfico, da milícia, de todo aquele que prejudica o nosso direito de ir e vir”, declarou.
