Dando adeus ao “friozinho”, o clima mais ameno e ensolarado da primavera inspira atenção redobrada nos cuidados com a pele. Devido à mudança de estações, profissionais ao redor do mundo reforçam a importância de adotar estratégias que minimizem os impactos das novas temperaturas sobre o corpo.
Após lidar com o ressecamento e aspereza da pele no inverno, os brasileiros podem aguardar pelo aumento da oleosidade corporal, dilatação dos poros e surgimento de alergias, devido ao aumento na incidência de radiação solar. Em alguns casos, especialistas alertam que as alterações climáticas podem dar origem, até mesmo, a doenças de pele ou agravar condições já existentes.

Nesse contexto, é comum o aumento nos casos de dermatite, psoríase, ressecamento da pele e caspa, especialmente nos consultórios. Embora a radiação UVB traga benefícios, como a produção de vitamina D, sua exposição em excesso pode ser prejudicial, levando ao envelhecimento precoce, o surgimento de manchas, alergias, queimaduras, alterações no DNA celular e até o desenvolvimento de câncer de pele.
Chamando atenção para o excesso de sebo e o surgimento de acnes e manchas durante o período, a biomédica esteta Jéssica Magalhães reforça que é essencial preparar a pele para os cuidados da nova estação. “A pele, que sai do ressecamento e da baixa umidade do inverno, passa a responder à elevação da temperatura e à maior umidade da primavera. Essa transição costuma causar um descompasso temporário: a pele ainda traz os efeitos da estação fria, mas já começa a reagir às novas condições climáticas”, explica.
Somando dez anos de experiência à frente do seu consultório, Jéssica afirma que cuidar da pele na primavera exige ajustar tanto a textura, quanto a função dos produtos utilizados. O conselho da profissional é substituir hidratantes densos por fórmulas mais leves; reforçar o uso do protetor solar; equilibrar a limpeza sem excesso de ácidos; além de incluir ativos antioxidantes (vitamina C) que ajudam na proteção e prevenção da derme.
A biomédica, referência nacional nos cuidados com a pele negra, destaca que essa pele exige um cuidado ainda mais especial, devido às suas particularidades. Jéssica explica que, por ser mais propensa à desidratação e à hiperpigmentação, a pele negra passa por uma transição delicada entre o ressecamento do inverno e o excesso de oleosidade da primavera. Essa mudança pode aumentar as chances de manchas pós-inflamatórias, especialmente após os casos de acne.
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“O cuidado precisa ser equilibrado: hidratar profundamente, mas sem obstruir os poros e proteger diariamente a derme com filtro solar de FPS 50 ou mais. E para a escolha dos produtos de skincare, o segredo está em observar a resposta da própria pele e ajustar gradualmente. Séruns aquosos e hidratantes leves com ativos como niacinamida, pantenol e trealose ajudam a equilibrar a barreira cutânea. Para a limpeza, sabonetes suaves são mais indicados do que opções muito secas“, aponta.
Ela finaliza reforçando que o cuidado precisa ser cotidiano. “E, sim, a fotoproteção precisa ser diária, preferindo fórmulas que se adaptem bem aos tons de pele negra, sem deixar resíduos esbranquiçados“, conclui.