Segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira (25) pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA), 45% das pessoas de ascendência africana são vítimas de racismo na europa. O valor é maior que o registrado no último relatório, que era de 39%, uma diferença de seis pontos percentuais. A Alemanha e Áustria, de acordo com a pesquisa, são os países com maior percentual dos que se declaram expostos ao racismo, passando de 70%.
O estudo também mostra que 58% dos entrevistados sofreram abordagem racista por parte da polícia, e consideram que a cor de sua pele teve relação com isso. Quase 6.800 imigrantes de ascendência africana foram entrevistados para a pesquisa, realizada entre outubro de 2021 e outubro de 2022, em 13 países da UE.
A publicação revela que 30% das pessoas que fizeram parte do estudo, afirmam que foram vítimas de assédio racista, mas quase ninguém o denuncia por medo. As mulheres jovens, as pessoas com educação superior e as pessoas que usam vestuário religioso são mais vulneráveis de serem vítimas de assédio racial.
A Alemanha liderou o ranking, com 76% dos entrevistados afirmando que foram alvo de discriminação racial nos últimos cinco anos. As taxas mais altas de assédio racista também foram realizadas na Alemanha, com 54% do público afirmando que sofreram esse tipo de violência nos últimos cinco anos.
A educação de jovens de ascendência africana também foi avaliada pelo estudo. Segundo o relatório, eles tem três vezes mais chances de abandonar os estudos precocemente, em comparação com os jovens em geral.
O diretor da Agência Europeia dos Direitos Fundamentais, Michael O’Flaherty, falou sobre os dados recolhidos. “É chocante não ver nenhuma melhora desde a nossa última pesquisa, em 2016”, em comunicado.
A FRA pediu que os países membros da União Europeia tomem atitudes para diminuir o racismo, incluindo a aplicação adequada da lei antidiscriminação, a identificação e punição de crimes de ódio.
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