“Sempre soubemos do nosso potencial”, diz artista após passinho ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio

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O passinho, dança que nasceu nas comunidades cariocas parte da cultura do funk, é oficialmente reconhecido. Com a Lei nº 10.289/2024 sancionada na última semana, o Passinho agora é Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. Em entrevista ao Notícia Preta, o artista conhecido como Yuri Mister, dançarino e cantor do grupo ‘Oz Crias’ que promove a arte do passinho, comemorou a nova lei.

Sempre soubemos do nosso potencial e importância! A expectativa é que quem ainda não nos reconhece como dança e cultura, que reconheça agora“, diz Yuri, carioca que vive do passinho desde 2009. Segundo ele, a dança é um importante pilar de sua vida. “É do passinho que eu conquistei tudo que tenho na minha vida até hoje, e é o que me sustenta“, explica.

O projeto de lei é de autoria da deputada estadual Verônica Lima (PT), que também comemorou o feito, nas redes sociais. “Transformar o passinho em patrimônio é dar visibilidade a esse movimento cultural tão importante, além de colaborar na descriminalização do Funk e das expressões artísticas dos jovens das comunidades, favelas e periferias, fortalecendo a nossa cultura popular“, disse.

Yuri dançando passinho, com os demais integrantes do grupo ‘Oz Crias’: Pablinho Fantástico, Diogo Breguete e WB Negão /Foto: Reprodução

Yuri também destaca a importância desse reconhecimento. “Depois de ser criminalizado justamente por ser a dança urbana do funk, ser desprezado pois quem era de outras danças não nos entendia como dança, e hoje ser Patrimônio Cultural Imaterial do Rio, mostra que provamos a nossa força e fomos realmente reconhecidos“.

Além disso, o artista explica o que esse reconhecimento representa para as crianças das comunidades. “Esperança, pois agora as crianças da favela tem em quem se espelhar, e não ir para o caminho errado“, conta o cantor e dançarino, que por conta do passinho, já recebeu um Medalha de Ordem ao Mérito da Cultura Carioca.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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