“O aumento da pobreza está dado”, afirma economista sobre impacto das enchentes no RS

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Há mais de uma semana o estado do Rio Grande do Sul enfrenta a maior enchente de sua história, em decorrência de fortes chuvas que atingiram a região. Com mais de 1,4 milhão de pessoas afetadas, o economista Wallace Borges, afirma que o estado deve registrar impactos alarmantes a longo prazo na população.

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O aumento da pobreza está dado visto que as famílias vão precisar incorrer em o uso de seus recursos acumulados para gastos inesperados. Isso vai fazer com que o pouco que as famílias tem em sua conta corrente ou até mesmo valores guardados dentro de casa, sejam utilizados nesse momento, fazendo as famílias gastarem tudo o que tem. Isso já configura o aumento da pobreza“, pontua o economista, em entrevista ao Notícia Preta.

Mas o especialista ainda pontua que “existe um colapso na infraestrutura e no sistema de proteção estadual” como abrigos, restaurantes populares e unidades de saúde, que segundo ele, são o “motivo principal que vai acentuar a pobreza no estado” revelando “um cenário de pobreza total“.

Especialista em economia aponta que estado deve enfrentar situação de pobreza por conta das enchentes /Foto: Gustavo Mansur – Palácio Piratini

De acordo com Wallace, formado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os impactos econômicos causados pelas enchentes nas cidades gaúchas tem potencial de afetar o Produto Interno Bruto (PIB).

A região Sul é responsável por diversos itens da pauta exportadora. Como esses itens não existem mais e nem podem ser replantados, a tendência é de queda no PIB, entretanto a produção econômica de outras regiões podem suavizar a queda ou até mesmo a ação do governo federal pode colaborar para que o PIB não caia ou o impacto seja ínfimo“, afirma o especialista.

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O estado é responsável por 70% da produção de arroz do Brasil, que se perdeu por conta das enchentes, e que de acordo com Wallace, “vai impactar negativamente no PIB sim, não há dúvida” além da possibilidade de desabastecimento. Visando diminuir os impactos, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro afirmou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional.

Ainda pensando no cenário de pobreza que pode se instalar no estado após a tragédia das chuvas, o economista afirma que para a economia brasileira representa “a necessidade de gastos públicos municipais, Estaduais e federais que podem pressionar a inflação resultando em aumento desta” e “a extinção de empresas e empregos“.

O especialista afirma que as medidas adotadas pelo governo, podem ajudar a amenizar a pobreza na região Sul já que “a necessidade de reconstrução do Rio Grande do Sul apenas o Estado pode fazer“, mas sobre a redução da pobreza, Wallace afirma que existe um limite de ação do governo federal. “Não vamos obter resultados diferentes, fazendo as mesmas coisas. Ou seja, o RS na sua reconstrução não vai poder ser polo de agricultura intensiva“, exemplifica o economista.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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