Os nordestinos voltaram a ser alvo de xenofobia durante o processo de apuração das eleições presidenciais de 2022. Os ataques aumentaram com a virada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) que liderava a disputa.
Os casos aconteceram na noite do último domingo (2), após a certificação da vitória de Lula em todos os estados da região, com 12,9 milhões de votos de vantagem em relação a Bolsonaro. A situação gerou uma onda de comentários xenófobos nas redes sociais por parte dos bolsonaristas. No Twitter, a palavra “nordestinos” ficou entre as mais comentadas, com posts atacando os eleitores nordestinos e associando a região à pobreza, seca e falta de conhecimento.
Entre os tweets de maior repercussão, com cerca de 74 mil curtidas, está o tweet de Rodrigo Constantino. O comentarista da Jovem Pan e apoiador do presidente Bolsonaro afirmou que “a parte do país que mais recebe assistencialismo decide sobre a parte do país que mais produz para o PIB”, reforçando um discurso antigo de que o nordeste é bancado pelas regiões Sul e Sudeste.
Os ataques aconteceram também em outras redes sociais e durante a transmissão do programa Mesão da Apuração, do Jornal Correio. Os comentários, entre outras coisas, citavam o auxílio emergencial como justificativa para a expressiva votação de Lula na Bahia. “Vocês nordestinos tem que passar fome para aprender a votar”, comenta um usuário.
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Embora os ataques tenham sido numerosos, uma parcela de usuários saíram em defesa dos eleitores nordestinos. Entre eles, Camila de Lucas. “Eu não sei como vocês não sentem vergonha de falar mal de uma região do país e diminuir a população por causa da política”, declarou. A influencer afirmou ainda que sua mãe sofria preconceito por conta do sotaque.
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