Por Guilherme Muniz
Na madrugada desta quarta-feira (17), uma mulher negra de 44 anos morreu enquanto aguardava atendimento na fila do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) do Paranoá, no Distrito Federal (DF). De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), a vítima foi identificada como Janaína Nunes Araújo e apresentou sinais semelhantes a um ataque cardíaco. Testemunhas contaram que ela tentava atendimento há oito dias atendimento na fila do CRAS.
Segundo a Sedes-DF, pessoas que estavam no local relataram que tentaram chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não receberam socorro. Então elas chegaram a levar a mulher até o Hospital Regional do Paranoá, mas Janaína não resistiu.
Quem espera atendimento nos Cras busca por serviços como cadastramento ou atualização dos dados no CadÚnico, para receber benefícios sociais. No entanto, o número de senhas disponibilizado diariamente pela Sedes não têm sido suficientes para atender a todas as solicitações e, por isso, os usuários muitas vezes precisam dormir na fila, para garantir o atendimento. Na última semana, a Polícia Civil do Distrito Federal chegou a abrir investigações sobre a venda de vagas nas filas do Cras.
Em nota, a Sedes afirmou que, nesta quarta-feira, realizou 108 atendimentos no Cras do Paranoá, “considerando demanda espontânea, pessoas agendadas e atendimento com algum especialista”. A pasta relatou ainda que “vem promovendo seguidas ações para viabilizar cada vez mais o atendimento ao cidadão” e que “diante do lastimável ocorrido, esta secretaria manifesta solidariedade aos familiares e amigos, e informa que está prestando toda a assistência necessária.”
A nota ainda informa que : “Em relação às pessoas que buscam por atendimento nas diversas unidades da Sedes, a pasta destaca que promove constantes alinhamentos com as forças de segurança para atuação nesses locais. Além disso, a orientação para qualquer intercorrência percebida pelo cidadão é que acione o CORPO DE BOMBEIROS MILITAR, o SAMU ou a POLÍCIA MILITAR, respectivamente, pelos telefones 193, 192 e 190.”