Movimento indígena pressiona por retorno de primeira indígena a coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena Leste (Dsei leste), Letícia Monteiro da Silva Taurepang tomou posse dia 6 de maio, mas foi substituída sem maiores explicações. O movimento organizado está há 26 dias protestando em frente ao Dsei leste, em Boa Vista, Roraima.
Ela foi a primeira indígena nomeada como coordenadora do Dsei leste em Roraima, a presença de Letícia era tida como uma conquista já que foi possível graças a muita pressão de movimentos organizados. O Tuxaua Geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Amarildo Macuxi, não viu com bons olhos a retirada da coordenadora indígena.
“O Estado não respeitou as instâncias indígenas que tem por objetivo definir as políticas públicas que afetam a vida dos povos em Roraima”, disse ele que complementou:
“Ela foi indicada [pelo Movimento Indígena], foi nomeada, mas o ministro voltou atrás, nomeou uma outra pessoa. Nós não concordamos com a interferência da política partidária dentro dos nossos distritos. Por isso, a gente continua aqui firme na luta. Fizemos incidência em Brasília e agora estamos aqui no Dsei. O nosso povo continua mobilizado de forma pacífica”, afirmou.

A pressão é forte, segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) a causa conta com mais de 300 indígenas representando de 11 etnorregiões e 263 comunidades de Roraima, onde moram mais de 67 mil indígenas.
A manifestação que pede a revogação da nomeação de Lindinalva e a posse de Letícia Taurepang integrou o movimento nacional promovido pelos povos indígenas de diversas regiões do país, realizado em Brasília no dia 9 de junho, com a finalidade de proteger os direitos assegurados aos povos originários pela Constituição de 1988.
Marco temporal
Aconteceu na última segunda-feira (23) a última reunião de conciliação sobre o Marco Temporal, o tema sobre demarcação de terras indígenas teve uma minuta com sugestões para resolver o impasse entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, mas sem a presença de indígenas.A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) é uma das partes envolvidas nas ações de inconstitucionalidade da lei que regulamenta o Marco Temporal, mas logo no início dos trabalhos decidiu se retirar do julgamento.
“Apib afirma que os povos indígenas não irão negociar o Marco Temporal e outras violações contra os direitos indígenas, já garantidos na Constituição Federal de 1988 e na Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho“, disse a associação.
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