Um estudo da Universidade Rush, em Chicago, nos Estados Unidos, publicado na revista Neurology, aponta que morar em bairros mais vulneráveis socialmente aumenta o risco de demência. O estudo também aponta que a maioria dos participantes negros que viviam em áreas com maior vulnerabilidade apresentava mais do que o dobro do risco de Alzheimer, do que a maioria dos participantes brancos que viviam na mesma região.
Foram ouvidos 6.781 participantes com uma média de idade de 72 anos, nos Estados Unidos. Além disso, mais de 60% dos participantes eram negros e mais de 60% do sexo feminino. Os dados também apontam que a deterioração das funções cognitivas ocorre de forma mais acelerada nesses locais mais pobres.

“A maioria dos estudos sobre fatores de risco ainda se concentra no nível individual, mas sabemos que o ambiente comunitário exerce uma influência importante sobre a saúde cerebral“, afirma a professora assistente de medicina interna na Universidade Rush e autora principal da pesquisa à Agência Einstein Pankaja Desai.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 55 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência atualmente no mundo, aproximadamente 1,76 milhão no Brasil. Uma pesquisa publicada na American Journal of Preventive Medicine, aponta que os países de média e baixa renda, concentram cerca de 2\3 dos casos de todo o planeta.
Mas um estudo da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), publicada na revista The Lancet Global Health, aponta que 54% dos casos de demência na América Latina poderiam ser potencialmente evitados.
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