Atualmente, a Argentina está enfrentando uma alta escalada na inflação que se agravou nos primeiros dias do governo liderado pelo ultraliberal Javier Milei, eleito em 19 de novembro e empossado em 10 de dezembro. Segundo uma reportagem do jornal norte-americano The New York Times, os moradores do país estão preocupados com o aumento dos preços. A gasolina teve um aumento de 60%, e o custo das fraldas dobrou.
De acordo com o jornal, o preço da carne bovina disparou 73%, enquanto o valor da abobrinha subiu para 140%. Após a eleição de Milei, a moeda argentina desvalorizou e agravou uma crise financeira de longa data. A desvalorização da moeda é apontada como a principal causa para esse cenário.
Segundo dados do governo, durante o mês de novembro os preços subiram 13% em relação a outubro. Analistas e economistas argentinos preveem aumento de 80% até fevereiro de 2024.
O Governo Argentino, por meio do porta-voz de Milei, Manuel Adorni, justificou os aumentos, afirmando que ocorrem devido à distorção econômica existente. A gestão econômica de Milei implementou um “megadecreto” com mais de 300 medidas visando desregulamentar a economia, facilitar a privatização de empresas e realizar mudanças na legislação trabalhista. No entanto, a legalidade dessa abordagem está sendo analisada pelo Judiciário argentino.
Javier Milei, um defensor do liberalismo libertário, alcançou destaque em 2018 com seu discurso nesse viés. O presidente teve sua ascensão política notável em 2020, quando anunciou sua candidatura presidencial para as eleições de 2023. A coligação liderada por Milei, chamada La Libertad Avanza, conquistou duas cadeiras na Câmara dos Deputados no ano seguinte, com Milei e sua candidata à vice-presidência, Victoria Villarruel.
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As principais propostas de Milei incluem a dolarização gradual da economia argentina, a redução dos gastos públicos e a privatização de empresas estatais. No âmbito trabalhista, ele propõe o fim das verbas rescisórias para reduzir os custos trabalhistas, enquanto medidas polêmicas envolvem a desregulamentação do porte de armas e a militarização das prisões.
