Embaixada dos EUA no Brasil emite alerta de viagem para a Venezuela: “riscos graves para cidadãos americanos”

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O alerta de viagem emitido pelos EUA para a Venezuela reflete uma abordagem unilaterista e punitiva que tem exacerbado as tensões políticas e migratórias na América Latina - Foto: Pexels

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil emitiu um alerta de viagem severo para a Venezuela, colocando o país no nível mais alto de risco, o Nível 4: Não Viaje. O alerta, feito através de seu perfil no Instagram, nesta quarta-feira (28) destaca os supostos “graves riscos enfrentados por cidadãos americanos, como detenções arbitrárias, tortura, sequestro, terrorismo e violência generalizada, incluindo a aplicação arbitrária das leis locais”.

A classificação da Venezuela como “Nível 4” coincide com uma série de ações do governo Trump que têm impactado diretamente o país. A relação entre os Estados Unidos e a Venezuela tem sido marcada por tensões políticas e diplomáticas, especialmente após a imposição de sanções econômicas e políticas pelo governo Trump. Essas sanções visam pressionar o governo venezuelano a adotar reformas democráticas, mas também têm afetado a população civil, exacerbando a crise humanitária no país. Além disso, a retórica agressiva e as ações unilaterais dos EUA têm dificultado o diálogo e a resolução pacífica das questões bilaterais.

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O alerta de viagem emitido pelos EUA para a Venezuela reflete uma abordagem unilaterista e punitiva que tem exacerbado as tensões políticas e migratórias na América Latina – Foto: Pexels

De acordo com o comunicado oficial da Embaixada, os cidadãos americanos não devem viajar para a Venezuela sob nenhuma circunstância e devem evitar as fronteiras da Venezuela com a Colômbia, o Brasil e a Guiana. As condições de segurança nas regiões fronteiriças são descritas como extremamente perigosas, segundo a Embaixada dos EUA no Brasil.

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Política migratória de Trump: deportações em massa e impacto na América Latina

Simultaneamente, o governo Trump tem implementado uma política migratória rigorosa, com foco em deportações em massa. Desde o início de seu segundo mandato, mais de 142 mil imigrantes foram deportados, incluindo venezuelanos, cubanos, haitianos e nicaraguenses, muitos dos quais perderam o Status de Proteção Temporária (TPS) anteriormente concedido pelo governo Biden.

Em março de 2025, pelo menos 238 venezuelanos foram deportados para El Salvador, onde foram presos sem julgamento, com base na alegação de pertencimento à organização criminosa Tren de Aragua. No entanto, muitos desses deportados não possuíam antecedentes criminais, levantando sérias preocupações sobre abusos de direitos humanos e falta de devido processo legal.

As políticas de deportação em massa e as sanções econômicas dos EUA têm gerado tensões com países latino-americanos, que enfrentam desafios adicionais ao lidar com o retorno de cidadãos deportados sem o devido processo legal. Além disso, a falta de diálogo e cooperação internacional agrava a crise migratória e humanitária na região, tornando mais difícil encontrar soluções sustentáveis e respeitosas aos direitos humanos.

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