Caso Herus anda, Delegacia de Homicídios (DH) conclui que o disparo partiu de um policial do Bope e se enquadra em “legítima defesa putativa”, expressão usada quando se presume agir em defesa própria, mas a situação real não corresponde a isso. A operação ocorreu no Santo Amaro, no Rio e acabou com uma festa junina que ocorria na comunidade em meio a tiroteio.
O sargento Daniel Sousa da Silva, do Bope, admitiu em depoimento na 9ª DP (Catete) ter sido o único de sua equipe a atirar. “Os tiros foram uma resposta a disparos de traficantes contra a ação policial”, disse. A declaração contradiz a primeira versão divulgada pela PM, que afirmava que não houve disparos feitos pelos agentes na ocasião.
A Polícia Civil afirmou que “o inquérito comprovou, com laudos e imagens de câmeras corporais, que não houve excesso ou ilegalidade na conduta policial. O caso foi analisado com total transparência e encaminhado ao Ministério Público”. De acordo com a corporação, o cenário no Santo Amaro era de “tiros, correria e ataque pesado com armamento de guerra por parte de traficantes”.

O caso de Herus segue também em apuração no Inquérito Policial Militar (IPM), que já indiciou dois policiais. O Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública (Gaesp), do Ministério Público, informou ter recebido o relatório da DH e que irá analisá-lo em conjunto com outros procedimentos em curso, como o PIC do MPRJ e o próprio IPM da PMERJ.
As repercussões chegaram rapidamente ao governo estadual. No dia seguinte à operação, o governador Cláudio Castro (PL) exonerou os comandantes do Bope e do Comando de Operações Especiais (COE), além de afastar 12 policiais. Meses depois, entretanto, Aristheu de Goes Lopes, que chefiava o Bope no momento da ação, foi nomeado superintendente de Gestão Integrada da PM, após a conclusão do inquérito da Corregedoria.
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