Comunidade em BH lança espaço “Kilomboteka” dedicado a obras de autores pretos 

pexels-marchalilah-28178261-6845519.jpg

Com o objetivo de oferecer para crianças, jovens e adultos o acesso à literatura afro-brasileira, o Kilombo Manzo Ngunzo Kaiango, em Belo Horizonte (MG), apresenta a ‘Kilomboteka – nossa roça literária”. No acervo, obras de Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Nego Bispo e outros autoras e autores cujas contribuições literárias têm sido ignorada por questão de raça e cor.

Acesse nosso Grupo de WhatsApp clicando aqui.

A inauguração será na próxima sexta-feira (07), às 19h, com roda de samba com o grupo “Samba de Kilombu”, composto pelos ogãs da casa.  A Kilomboteka funcionará três vezes por semana, segundas, quartas e sextas, das 8h às 18h.

Foto: Pexels

É perceptível que urge a necessidade de passar a ensinar, ler e ouvir a história do país e do mundo de uma perspectiva decolonial. Dessa forma, a Kilomboteka vem contribuir com essa mudança de olhar sobre a saga do povo brasileiro trazendo para os visitantes do espaço a narrativa de um ponto de vista diferente.

Assim, a Kilomboteka é um ato de diversificação da literatura brasileira, uma vez que povos tradicionais enfrentam desafios significativos ao buscar referências literárias que reflitam suas histórias, mestres e seus conhecimentos quilombolas, indígenas e de outras culturas tradicionais.

A mestra e professora no Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Makota Cassia Kidoialê explica que “o nome Kilomboteka simboliza mais do que uma coleção de livros; é uma porta de acesso a um mundo que muitas vezes nos foi negado. É um grito de resistência e uma afirmação de que os quilombos educam, oferecendo uma base sólida para que todos os afrodescendentes possam se orgulhar de suas raízes e conhecimentos ancestrais”, observa.

Além de uma afirmação cultural, a Kilomboteka traz a mensagem de que nosso conhecimento e nossas trocas surgem em diversos espaços: na roça, no terreiro, nos becos e vielas”, explica a professora. Makota atesta que o acesso ao conhecimento da história e dos saberes por meio da academia e do ensino tradicional, que não somente o da oralidade “são grandes pensamentos que dialogam profundamente com nossa realidade, fortalecendo-nos no enfrentamento do racismo e contribuindo significativamente para nossa formação humana e elevação da autoestima’, afirma.

Serviço:
Lançamento da Kilomboteka – nossa roça literária

Data: 7/6, sexta-feira
Horário: 19h
Local: R. São Tiago, 216 – Santa Efigênia

Leia também: “Línguas africanas que fazem o Brasil” é a nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa em SP

Deixe uma resposta

scroll to top