Uma campanha de publicidade lançada na última semana pela marca americana American Eagle, nos Estados Unidos, colocou a atriz Sydney Sweeney no centro de uma polêmica. As imagens sensuais e a frase “tem ótimos jeans”, usada como trocadilho com a palavra “genes”, provocaram críticas por associarem beleza a herança genética e reforçarem padrões racistas.
A campanha tem sido apontada por especialistas e usuários de redes sociais como um exemplo de comunicação publicitária que reforça padrões de beleza eurocêntricos. A escolha de uma mulher branca, loira e de olhos claros, somada ao trocadilho entre “jeans” e “genes”, foi associada a ideias de eugenia, uma teoria racista que, no passado, tentou hierarquizar pessoas a partir de características físicas e genéticas.

Em um dos vídeos, a atriz aparece dizendo que “meus genes são azuis”, em referência à cor dos olhos, mas a fala gerou críticas por lembrar a expressão “sangue azul”, historicamente ligada a privilégios da nobreza branca. Logo após a frase, o narrador repete que ela “tem ótimos jeans”, reforçando o jogo de palavras.
Outro ponto levantado nas redes sociais é a objetificação do corpo feminino. A atriz é mostrada em poses sensuais, com ênfase em seios e quadris, o que para críticos transforma o corpo da artista em produto, mesmo em uma campanha que promete doar parte das vendas para apoiar vítimas de violência doméstica.
Além disso, a polêmica cresce em um contexto de avanço de discursos ultraconservadores nos Estados Unidos, onde ações publicitárias como essa acabam ganhando força ao provocar reações e engajamento, especialmente nas redes sociais. A repercussão, nesse sentido, acaba servindo como parte da própria estratégia de visibilidade da marca. Até o momento, nem a American Eagle nem a atriz Sydney Sweeney se pronunciaram sobre o caso.
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