O relatório da Education at a Glance, que é o guia definitivo para o estado da educação ao redor do mundo, divulgou nesta terça-feira (10) que o Brasil tem escolaridade obrigatória mais longa que a média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), já que todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos devem estar matriculadas na escola. Mas houve uma queda de 2,5% de investimento público em educação no Brasil dos anos de 2015 a 2021.
O relatório comparou que os países pertencentes a OCDE, aumentaram seu investimento numa média de 2,1%. Sobre o tempo de escolaridade obrigatória, enquanto no Brasil é de 13 anos, a média dos países da OCDE é de 11 anos. Mas o país ainda precisa dedicar mais atenção a educação infantil.
Segundo levantamento no relatório, o Brasil investe menos que a média dos países da OCDE. Entre alunos do fundamental, médio e superior, os valores estão em R$20,5 mil, R$22,6 mil e R$75,8 mil, respectivamente. Apesar de uma melhora no indicador, Brasil ainda segue entre os seis países com investimento mais baixo por pessoa; nos países da OCDE, os valores são de R$66,5 mil, R$71 mil e R$95,7 mil nos ensinos fundamental, médio e superior.
No topo desse ranking, está Luxemburgo, investindo R$139,5 mil, seguido pela Suíça e Noruega com R$110,5 mil e R$100,15 mil cada um. A variação demográfica e o número de estudantes do países, influencia ativamente nos investimentos públicos na educação. Nisso, a quantidade de habitantes em idade escolar pode alterar e com isso, pode haver necessidade de expansão salas de aula, adesão de materiais didáticos, na contratação de professores, entre outros.
Os professores também saem prejudicados nessa comparação, já que eles recebem menos e trabalham mais que a média da OCDE. O valor está em torno de 47% abaixo da média, e os professores além de lecionar, ainda preparam aulas, atividades e comunicam com os pais. Em relação às horas trabalhadas, no Brasil, professores precisam lecionar 800 horas anuais, enquanto nos outros países dentro da OCDE, são 706 horas. E numa média de alunos por professor, no Brasil a média é de 23 alunos dentro dos ensinos fundamental, médio e superior, enquanto na OCDE, essa média é 14.
Os resultados educacionais são fortemente influenciados pela origem familiar
Crianças de famílias de baixa renda têm, em média, 18% a menos de probabilidade de serem matriculadas em educação e cuidados na primeira infância antes dos três anos de idade. Alunos do ensino fundamental e médio de origens socioeconômicas menos favorecidas, não se destacam em avaliações padronizadas.
Os adultos de 25 a 34 anos que não têm ensino superior acabam enfrentando condições piores no mercado de trabalho. Os salários de quem não tem qualificação também são mais baixos: entre os brasileiros de 25 a 64 anos que não terminaram o ensino médio, 59% ganham menos do que a média da população. No Brasil, 36% dos jovens sem diploma técnico ou universitário estão desempregados (na OCDE, são 25%).
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