Após somar uma dívida de R$ 43 bilhões, divididas entre aproximadamente 16,3 mil credores, a Americanas teve aceito se pedido de recuperação fiscal e com isso ganha um “prazo de blindagem”. Ou seja, as dívidas da empresa estão suspensas por 180 dias para que ela consiga negociar com os credores.
Entre os motivos para justificar o pedido de recuperação judicial a Americanas cita a consolidação da marca entre os brasileiros e até a presença no “Big Brother Brasil” como exemplo.
Quem aceitou o pedido da companhia foi o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. No pedido, o magistrado alega que se trata de “uma das maiores e mais relevantes recuperações judiciais ajuizadas até o momento no país”.
Assed Estefan destaca ainda que está ciente das questões trazidas por parte dos credores, em relação à possível fraude e má-fé por parte da companhia, reiterando que essas alegações deverão ser apuradas para identificação de eventuais responsáveis.
Na internet economistas, políticos, jornalistas e pesquisadores comentaram sobre o rombo da empresa.
Nath Finanças comentou: “Sabe aquele fundo que o Nubank recomendou como reserva para vocês? A famosa caixinha? Na verdade, esse fundo eles aplicavam em crédito privado também (debêntures das Lojas Americanas). Quem deixou o dinheiro la, perdeu“, comentou a administradora e empresária.
“Jorge Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles comandam o grupo por trás do rombo de R$ 40 bi na empresa. Com riqueza avaliada em R$ 180 bi, são blindados pela justiça e rifam o prejuízo. Seis elementos apontam evidências de um crime monumental“, publicou o perfil Outras Palavras.
O jornalista Leandro Demori comentou: “E nem se fala em tocar no patrimônio privado dos ex-controladores, donos de cento e oitenta bilhões“.
O juíz que aceitou o pedido de recuperação fiscal disse ainda que é preciso separar as eventuais responsabilidades e atos praticados por gestores e/ou controladores da necessidade de proteção da atividade econômica empresarial, “que visa garantir a manutenção da fonte produtora, das dezenas de milhares de empregos diretos e indiretos e o próprio interesse dos credores, preservando a empresa, sua função social e estimulando a atividade econômica produtiva“.
“A eventual quebra do Grupo Americanas pode acarretar o colapso da cadeia de produção do Brasil, com prejuízos em relevantes setores econômicos, afetando mais de 50 milhões de consumidores, colocando em risco dezenas de milhares de empregos. […] Isso posto, e observados os requisitos legais, defiro o processamento da recuperação judicial do Grupo Americanas“, completou.
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A descoberta do rombo nas Americanas começou na última semana, quando a companhia comunicou ter descoberto “inconsistências em lançamentos contábeis” no valor de R$ 20 bilhões.
Com isso, o então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, decidiram deixar a companhia, menos de dez dias após serem empossados.
Desde então, a companhia viu as ações derreterem na bolsa de valores brasileira, perdendo mais de R$ 8 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias
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