Um aluno da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná registrou um boletim de ocorrência contra um segurança da instituição, por racismo, na última sexta-feira (14). Segundo Henrique Iolando Theodorowicz (22), que é bolsista em um curso de tecnologia em jogos digitais, ele é constantemente perseguido pelos agentes de segurança no campus de Curitiba.
A mais recente, que motivou a ida a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), aconteceu na última quinta-feira (13) quando o jovem chegou na universidade antes da aula para jantar. Mas antes que pudesse comer algo, Henrique foi abordado por um segurança com a justificativa de “atitude suspeita”, e com o funcionário citando as vestimentas do jovem negro, que usava uma durag – um lenço amarrado na cabeça muito utilizado pela comunidade negra, tanto para proteção e modelagem do cabelo quanto acessório.
Ao jornal local Plural Curitiba, o jovem explicou como foi todo o episódio. “Eu entrei e já comecei a ser seguido. Inclusive em outras ocasiões eles falavam no rádio um com o outro. Eu estava esperando minha esposa, que estuda na UFPR [Universidade Federal do Paraná] e vinha jantar comigo”. Mas Henrique disse que as perseguições não são casos isolados.
“O próprio segurança disse que já estava de olho em mim quando eu entrei. Eu perguntei o por quê e ele disse que era o procedimento porque estava usando durag e eu era suspeito. Só queria estudar em paz”, desabafou.
Quando a esposa do estudante chegou, ela decidiu confrontar os seguranças. Rebeca Gonçalves Pereira (21) aparece em um vídeo denunciando as atitudes dos funcionários, defendendo o marido e desabafando sobre a situação que para ambos, é motivada pelo racismo.
O Notícia Preta entrou em contato com a PUCPR para saber o posicionamento da instituição em relação ao caso. Em nota, a PUCPR respondeu que “repudia o racismo e quaisquer outras formas de discriminação, principalmente dentro do ambiente universitário, que deve estimular e ser exemplo de pluralidade de pessoas e pensamentos. Quanto ao episódio em questão, a Universidade está apurando rigorosamente o caso a fim de tomar todas as medidas necessárias e reforça que a equipe de segurança recebe capacitação frequente contra abordagens preconceituosas e discriminatórias”.
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