Em plena comemoração pelos seus 73 anos, Luiz Antônio Feliciano Marcondes, o Neguinho da Beija-Flor, foi alvo de um ataque racista da comentarista Zoe Martínez, da Joven Pan, durante o programa “Morining Show”. A comentarista, que falou sobre racismo sem entender as violências que essa ação criminosa implica, tentou justificar a fala de Nelson Piquet contra Lewis Hamilton transferindo para as pessoas negras o racismo das declarações do ex-piloto.
“Eu assisti ao vídeo e não vi nada de mais. Ele não falou ‘neguinho’ para atacar, para diminuir. Claro que não, foi uma conversa informal. Quantos ‘neguinhos’ gostam de ser chamados de ‘neguinhos’, com carinho? Qual é o problema disso? Quem vê racismo nesse tipo de fala, da forma que o Piquet colocou, é porque o racismo está nele”, disse a apresentadora.
Pouco antes a apresentadora Paula Carvalho pergunta à colega de programa se o episódio Piquet é racismo estrutural e Zoe responde: “Então o Neguinho da Beija-Flor também é, né, racista? E olha que ele é negro, negro, que na escuridão a gente só vê a gengiva. E ele tem muito orgulho de ser negro, da cor da pele dele, tanto é que o nome dele é Luiz Antônio, alguma coisa assim, e ele é conhecido como o Neguinho da Beija-Flor porque ele tem orgulho da sua raça. Qual é o problema?”. As falas foram feitas nesta terça-feira (28/06) enquanto um dos colegas de redação ria do comentário racista.
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Em resposta a Beija-Flor divulgou uma nota repudiando as menções ao artista como uma justificativa distorcida ao uso da palavra que segundo revela a nota causou “revolta e repugnância aos familiares e admiradores” do Neguinho da Beija-Flor. A nota rememora que antes de escolher para si esse nome, Luiz Antônio Feliciano Marcondes já era conhecido como Neguinho da Vala na comunidade onde nasceu: “Era nos buracos da favela, com esgoto corrente que ele, ainda criança, caçava rãs, muçuns e cascudos_daí o reconhecimento entre aqueles com quem convivia”, cita um trecho da nota.
Ao fim, nota ainda explicita: “O nome de Neguinho da Beija-Flor tem motivos de sobra para ser lembrado. Mas nunca em defesa de comportamentos racistas, inaceitáveis e indefensáveis. Ainda mais em grandes veículos de comunicação, a partir de comunicadores que, em tese, deveriam agir com responsabilidade e respeito”. Leia AQUI a nota completa.