O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, deve endurecer ainda mais as regras para concessão de vistos a estrangeiros. De acordo com documento obtido pela agência Associated Press, embaixadas e consulados americanos em todo o mundo passaram a receber novas diretrizes que incluem a avaliação de condições de saúde dos solicitantes, como obesidade, hipertensão, depressão e outras doenças crônicas.
A medida, segundo o Departamento de Estado, visa priorizar os interesses do povo americano e evitar que imigrantes representem um “fardo para o contribuinte”. Na prática, o governo quer impedir a entrada de estrangeiros que possam vir a depender de benefícios públicos nos EUA.

A nova diretriz não tem caráter obrigatório imediato, mas orienta os funcionários consulares a realizarem uma análise detalhada de cada candidato, considerando fatores como idade, estado civil, renda, formação, histórico de benefícios sociais e proficiência em inglês.
Entre as condições médicas que podem pesar negativamente estão obesidade, doenças metabólicas, cardiovasculares e neurológicas, além de transtornos mentais que possam demandar alto custo de tratamento. No entanto, segundo a Associated Press, essas condições não serão fator automático de exclusão: elas serão avaliadas em conjunto com os demais critérios exigidos pelo tipo de visto.
LEIA TAMBÉM: Obesidade infantil supera desnutrição no mundo pela primeira vez, segundo a Unicef
A medida deve atingir apenas vistos de residência ou trabalho, deixando de fora os vistos de turismo e estadias curtas. Estrangeiros que solicitam vistos permanentes já passam por exames médicos obrigatórios realizados por médicos credenciados pela Embaixada dos EUA.
Especialistas em imigração afirmam que a nova regra representa uma mudança de abordagem: o governo estaria deixando de adotar uma postura favorável aos pedidos de visto para buscar motivos que justifiquem as negativas.
Segundo o advogado de imigração Steven Heller, “os oficiais estão sendo autorizados a usar a totalidade das circunstâncias como uma espada, e não como um escudo”.









