Datafolha: 61% rejeitam candidato que prometesse livrar Bolsonaro

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Brasília (DF), 26/03/2025 - Ex-presidente Jair Bolsonaro durante declaração a imprensa após virar Réu no STF. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Seis em cada dez eleitores garantem que não votariam em um candidato que prometesse livrar Jair Bolsonaro, seus aliados acusados de tramar um golpe contra a democracia, ou os condenados pelos ataques de 8 de janeiro. É o que revela a pesquisa realizada pelo instituto Datafolha entre os dias 29 e 30 de julho e divulgada pelo site do jornal “Folha de S.Paulo” neste domingo (3). Outros 19% disseram que votariam com certeza em quem fizesse tal promessa, enquanto 14% responderam que talvez votassem nesse tipo de candidatura. Seis por cento dos entrevistados não souberam responder.

O levantamento reforça o envolvimento da pauta judicial e institucional nas intenções de voto às vésperas do início oficial da campanha presidencial de 2026. A rejeição à anistia ou perdão a pessoas acusadas de insurreição ou tentativa de golpe evidencia cautela do eleitorado diante de discursos que busquem eliminar ou ignorar punições.

Pesquisa mostra que outros 19% votariam com certeza em um candidato que prometesse anistiar ex-presidente. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o que indica estabilidade nos resultados, dado que a maioria se posiciona de forma consistente contra a proposta de impunidade. A pergunta explorou diretamente a disposição dos eleitores em votar em candidatos que defendam a impunidade para figuras centrais nos episódios de questionamento da ordem institucional.

O instituto consolidou uma amostra representativa do eleitorado brasileiro em 130 municípios, abrangendo diferentes perfis sociodemográficos. A rejeição a promessas de livrar Bolsonaro e associados evidencia uma forte percepção de que crimes contra o Estado democrático de direito não devem ser relativizados por agendas políticas eleitorais.

Esse posicionamento contrasta com uma parcela menor que se declara aberta a votar em candidatos com essa proposta de impunidade. O percentual de indecisos, embora pequeno, indica que a pauta ainda pode ser sensível para alguns segmentos do eleitorado. A pesquisa aponta para um cenário em que o tema da punição judicial e responsabilização política será central na construção de narrativas eleitorais.

O resultado sugere que candidatos contrários a tal promessas podem encontrar maior receptividade, enquanto aqueles que se posicionarem em favor da anistia ou perdão enfrentam resistência da maioria dos entrevistados. As conclusões reforçam a importância de debate atento sobre a relação entre justiça, política e os limites institucionais no contexto da corrida presidencial.

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