Responsável pelas categorias de base do Flamengo, Alfredo Almeida concedeu uma entrevista que foi considerada problemática por internautas. Na coletiva desta segunda-feira (14) torcedores julgaram que a fala do gestor foi reducionista colocando África como se não fosse um continente, e sim um país e que reforça a noção estereotipada do europeu inteligente e do Africano com força física.
“Aquilo que o atleta brasileiro tem, provavelmente não há em mais nenhuma parte do mundo. Tem a ver com o dom, a magia, a irreverência, a bola fazer parte do corpo, a relação com a bola. Isso não existe em quase parte nenhuma do mundo. Depois, existem outras zonas do globo onde há outras valências. Como, por exemplo, a África tem valências físicas como quase nenhuma parte do mundo. Se quisermos ir para a parte mental, temos que ir a outras zonas da Europa, do globo”, disse Almeida.
Alfredo Almeida desembarcou no Brasil em janeiro de 2025 para trabalhar ao lado de José Boto, diretor do futebol profissional, com foco no apoio à comissão técnica e às divisões de base. No entanto, após a saída de Carlos Noval da chefia das categorias de base do Flamengo na última semana, o português foi designado para assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento dos jovens atletas do clube. Nesta segunda-feira, ele foi oficialmente apresentado na nova função.

O diretor respondeu ao G1 em nota para explicar sua fala, confira a nota na íntegra:
“Durante a entrevista coletiva de minha apresentação como diretor da base do Flamengo, fiz uma explanação mais ampla sobre os diferentes perfis de atletas ao redor do mundo e as valências que costumam ser observadas por clubes no processo de formação e recrutamento.
Um trecho específico da minha fala, isolado do contexto geral, acabou gerando interpretações que em nada refletem meu pensamento. Por isso, peço desculpas se a forma como me expressei causou qualquer desconforto. Não houve, em momento algum, a menor intenção de soar discriminatório
Tenho total consciência de que há atletas com grande capacidade tática no futebol africano, assim como existem jogadores europeus com enorme talento criativo e brasileiros com impressionante força física. As características dos jogadores não se limitam à sua origem geográfica.
Reforço meu respeito a todas as culturas, povos e escolas do futebol. Sigo comprometido com o trabalho de formação no Flamengo, pautado por valores como inclusão, diversidade, ética e desenvolvimento integral dos nossos atletas.”
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