Parlamento iraniano votou a favor do fechamento do Estreito de Ormuz neste domingo (22) após ataque dos Estados Unidos da América (EUA) a três instalações nucleares do Irã. Caso o estreito seja fechado há riscos de haver aumento nos combustíveis no Brasil, juros mais altos e o câmbio pode ficar desestabilizado.
Mesmo que o Brasil não esteja diretamente envolvido no conflito, o país pode ter impactos econômicos, isso porque cerca de 20% do petróleo consumido no mundo passa por Ormuz, esta é a principal rota de petróleo do mundo segundo a U.S. Energy Information Administration (EIA).
Embora o Brasil seja produtor de Petróleo, há importação dos derivados em 2024, 10% da gasolina e 25% do diesel utilizados em solo nacional foram importados. Mas o problema é que mesmo com baixa importação de gasolina e diesel, a Petrobrás manteve os preços acima do mercado internacional na maior parte de 2024.

Caso haja o fechamento de Ormuz a tendencia é o petróleo subir, e assim caso a Petrobrás continue adotando tal política de preços a tendencia é aumentar pro consumidor brasileiro.
A Política de Paridade de Importação (PPI) era uma política que fazia com que a Petrobrás estabelecesse preços baseados no preço internacional, mas mesmo deixando de utilizar o PPI como base para reajustar os preços dos combustíveis em maio de 2023 de maneira formal, a empresa na prática continuou mantendo o preço acima do internacional em 2024.
Isso pode levar o Banco Central a manter ou subir os juros (Selic), dificultando crédito bancário e afetando consumo e investimentos. A tensão no Oriente Médio tende a aumentar a aversão ao risco dos investidores internacionais, o que pode gerar oscilação do dólar.
Impacto do dólar no dia a dia
Atualmente a economia brasileira tem sido dolarizada, em alguns setores a formação dos preços passa parcialmente pelo circuito do dólar. Os combustíveis, os alimentos e a produção de bens de consumo. Quando o dólar cai ajuda a descer o preço de alguns produtos.
Além de impactar também na gasolina já que a Petrobrás mantem na prática acima do preço internacional e com refinarias privatizadas pelo país que encarecem a gasolina, a subida do dólar também afeta o preço dos alimentos.
Alimentos
O setor agrário brasileiro importa 80% dos fertilizantes, segundo a secretaria especial de assuntos estratégicos do governo federal. Quando aumenta o dólar, aumenta o valor do fertilizante.
O Brasil já teve sua própria empresa pública de produção de fertilizantes a Petrobras Fertilizantes S.A. (Fafen). Em 1998 o Brasil importava apenas 49% dos fertilizantes. Ao longo do tempo o setor público foi sendo privatizado e ficou na mão da iniciativa privada.
Foto da capa: Tomaz Silva/Agência Brasil
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