A PF apontou indícios da participação do ex-presidente no esquema de espionagem ilegal, mas não incluiu o nome de Bolsonaro na lista de indiciados enviado para o STF.
O ex- presidente Jair Bolsonaro não foi um dos indiciados no relatório do inquérito que investiga o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no caso que ficou conhecido como ´´Abin paralela´´, como noticiado anteriormente no NP.
Bolsonaro foi citado no relatório e a Polícia Federal apontou indícios da participação dele no esquema de espionagem ilegal, segundo o inquérito o ex-presidente tinha conhecimento da estrutura paralela e se beneficiou da mesma, não tomando nenhuma atitude para combater a prática de espionagem ilegal. Mas caberá a Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se o ex-chefe do Executivo vai responder pelo crime de organização criminosa em dois inquérito diferentes, já que Bolsonaro já se tornou réu por esse crime na ação penal do golpe de estado que corre no STF.
Essa decisão deve ser tomada após a conclusão da investigação, onde a PGR pode ou não acusar formalmente os implicados.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Na lista de indiciados consta os nomes do filho do ex-presidente e vereador, Carlos Bolsonaro (PL- RJ), o ex-diretor da Abin e deputador federal Alexandre Ramanagem (PL-RJ), o atual diretor da agência, Luiz Fernando Corrêa e outros integrantes da atual cúpula da Abin. Ao todo, mais de 30 pessoas foram indiciadas sob suspeita de utilizar ilegalmente a estrutura da Abin para monitorar irregularmente autoridades públicas e ministros do STF.
De acordo com o relatório da PF, entre os monitoradores de forma ilegal, estaria nomes como o do ministro Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador de São Paulo João Doria, e os deputados federais Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Maia (União Brasil-RJ), ex-presidentes da Câmara.
O que é a Abin Paralela
Segundo as investigações, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada de forma ilegal durante o governo Bolsonaro, o inquérito aponta que a estrutura de espionagem foi usada reiterada vezes para atuar em interesses políticos e pessoais do ex presidente Jair Messias Bolsonaro e de seus filhos. Além de alimentar com informações o ´´gabinete do ódio´´, um grupo que produzia conteúdos e promovia postagens em redes sociais atacando virtualmente adversários políticos.
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