Mãe denuncia professor por agressão a aluno com transtorno do espectro autista em escola do Rio

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A mãe de um aluno de 11 anos com transtorno do espectro autista, denunciou um professor de capoeira por agressão contra seu filho, em uma escola particular em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro. O caso, foi divulgado em uma reportagem do Fantástico no último domingo (06), em pleno mês de conscientização sobre o autismo, e teria acontecido em setembro do ano passado. Um vídeo do momento também foi divulgado.

Segundo a mãe da criança Joyce Siqueira, o filho teve dificuldades em fazer o exercício, quando foi orientado pelo professor Vitor Barbosa, a usar uma bola. Ao pedir uma bola para os colegas de classe, que se recusaram a entregar, o menino chutou a bola. Em seguida uma aluna deu um tapa na cabeça dele, e quando uma confusão começou, o professor teria dado uma rasteira no menino.

Vídeo divulgado na reportagem mostra agressão de professor a criança autista em escola do Rio / Foto: Reprodução/Fantástico

Segundo a reportagem, o filho de Joyce foi suspenso do o Centro Educacional Meirelles Macedopor dois dias, com alegações de que ele teria desrespeitado o professor e agredido os demais alunos fisicamente. Mesmo indo na escola após o ocorrido, Joyce afirma que não soube nada. Apenas seis meses depois do ocorrido, final de março desse ano durante uma audiência, é que ela teve acesso às imagens da aula de capoeira.

O Notícia Preta entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que informou que nçao houve acordo durante a audiência de conciliação que ocorreu no dia 26 de março. O processo segue em tramitação, no 18º Juizado Especial Criminal, e o vídeo está anexado no processo.

Em nota, a es cola informou que o professor deixou de fazer parte do corpo docente da instituição “por entendermos que a conduta adotada era incompatível com os princípios pedagógicos“. Além disso, informou também que todas as medidas legais necessárias foram providenciadas.

Reafirmamos nosso compromisso com a segurança, o respeito e o bem-estar de todos os estudantes, valores que são inegociáveis e que norteiam nossa prática pedagógica. Condutas que contrariem esses princípios não são toleradas e são tratadas com a seriedade que o contexto exige.
A escola permanece à disposição das famílias para quaisquer esclarecimentos, reforçando a importância do diálogo e da parceria entre instituição e responsáveis na construção de um ambiente educacional seguro e acolhedor para todos
“, continou.

De acordo com a reportagem, a defesa do professor Vitor Barbosa afirmou que o que o vídeo mostra é uma “técnica de imobilização para impedir novas agressões e que a situação foi prontamente controlada”.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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