A Prefeitura de Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas Gerais, gerou polêmica ao publicar um decreto na última segunda-feira (06), que proíbe a execução de músicas de funk em escolas municipais. O prefeito Felipe Carielo (PSD) justificou a medida alegando que as canções do gênero são inapropriadas para o ambiente escolar. O decreto determina que músicas com letras de duplo sentido ou consideradas impróprias não podem ser tocadas nas escolas, independentemente do gênero musical.
Além do funk, outros estilos como pop, rock e sertanejo também estão incluídos na regra, apesar de não serem citados no decreto. A decisão foi criticada por internautas nas redes sociais. “Censura, preconceito, descriminação“, disse uma internauta. “Não gosto de funk, mas isso é censura e inconstitucional“, disse outro.
Carielo afirmou que a decisão foi tomada após visitas às escolas, onde teria identificado músicas com letras inadequadas sendo reproduzidas. “Percebi nessas minhas visitas às escolas que tem músicas do estilo funk. E uma delas me chamou a atenção. Porque obviamente que os professores, os diretores, têm uma certa preocupação com relação às músicas e as letras que são tocadas”, explicou o prefeito.
Ele ainda defendeu que a medida visa evitar que os alunos se acostumem a consumir conteúdos considerados inadequados. “[…] A gente resolveu ‘cortar pela raiz’ e não permitir que o funk tocasse em escolas”, completou.
A prefeitura anunciou que realizará uma reunião com professores e diretores antes do início do ano letivo para detalhar a aplicação do decreto e discutir questões pedagógicas.
Polêmica anterior
Essa não é a primeira vez que o prefeito Felipe Carielo se envolve em controvérsias. No mês passado, ele foi alvo de críticas ao defender anistia para presos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, durante um evento público, onde vestiu uma faixa com os dizeres “Anistia já! Liberdade aos patriotas perseguidos em 8 de janeiro”.
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