Inquérito afirma que não houve racismo em abordagem policial a jovens negros no Rio

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A Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) concluiu que não houve racismo no caso dos três jovens negros abordados pela Polícia Militar, filhos de diplomatas do Gabão e de Burkina Faso. O caso ocorreu em julho deste ano em Ipanema, Zona Sul do Rio, e os jovens estavam acompanhados de dois amigos brancos.

Segundo inquérito não houve crime de injúria racial, que é uma modalidade típica do crime de racismo, e a polícia alega que todos receberam o mesmo tratamento. Na época, imagens das câmeras de segurança mostraram o momento da abordagem e causaram revolta em internautas e nas mães dos jovens, como por exemplo a embaixatriz do Gabão Julie-Pascale Moudouté.

“Na abordagem não houve tratamento diferenciado e todos foram revistados, sem distinção de cor. O relatório final do inquérito conclui que, do que se depreende das imagens obtidas e dos depoimentos prestados, não houve dolo do crime de injúria racial, modalidade típica do crime de racismo ou do próprio crime de racismo”, disse a polícia.

Os três jovens negros, que são filhos de diplomatas do Gabão e de Burkina Faso, estavam acompanhados de dois amigos brancos – Foto: Reprodução.

A análise das câmeras corporais dos policiais corrobora com a versão dos militares, de que eles haviam sido informados de um roubo por turistas, que teriam dado características dos suspeitos aos policiais um pouco antes da abordagem. O inquérito afirma que os policiais, “não elegeram suspeitos com base na cor da pele, pois estavam atrás de suspeitos seguindo a descrição de vítimas estrangeiras que tinham acabado de sofrer um crime na praia de Ipanema”.

A advogada dos meninos, Raquel Fuzar, vai prosseguir com o processo. De acordo com ela, “o menino branco que estava junto com os outros entrou no prédio, sem que os policiais sequer falem com ele, enquanto os amigos negros foram abordados de forma violenta e arma na cabeça. Difícil um relatório que não vê o que está explícito: abordagem discriminatória por perfilamento racial”, disse ela em entrevista para a Agência Brasil.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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