Relatório feito por associações indígenas pede unificação de ações do governo em Terra Yanomami

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Um documento intitulado “Yamakɨ nɨ ohotaɨ xoa! – Nós estamos sofrendo ainda: um balanço dos primeiros meses da emergência”, feito por três associações do povo Yanomami, sugere que o governo federal unifique ações de saúde e de retirada dos garimpeiros. O relatório foi divulgado nesta quarta-feira (03) e avalia os seis meses de ações do governo no atendimento e proteção dos indígenas.

No documento, as lideranças que compõe as associações que assinam o relatório – Hutukara Associação Yanomami (HAY), Associação Wanasseduume Ye’kwana (SEDUUME) e Urihi Associação Yanomami – indicam que o trabalho do governo federal tem avançado, mas ainda não é suficiente para garantir a segurança e a saúde, dos indígenas.

Yanomami se unem reivindicando melhorias durante IV fórum de lideranças que aconteceu em julho deste ano em Maturacá (AM)— Foto: Fred Rahal/ISA

Desde janeiro deste ano, quando foi declarado situação de emergência nas terras indígenas Yanomami, o governo federal tem atuado em três frentes: a oferta de atendimento de saúde às comunidades no território, envio de alimentos as regiões impactadas pelo garimpo ilegal, e a retirada de invasores.

O relatório ressalta que a “ausência de uma coordenação das ações do governo no território Yanomami” é um dos motivos dos problemas na região, e os líderes afirmam no documento, que seria necessário unir todos os problemas em um único cronograma que pudesse ter execução de maneira centralizada.

Preciso que o nosso presidente do Brasil continue trabalhando, continue reforçando. Mas tem que acelerar mais para nós. A maioria não quer que garimpeiro continue trabalhando. Não pode demorar muito, sair é urgente“, afirmou ao G1 o xamã e principal líder Yanomami, Davi Kopenawa.

O documento sugere melhorias para saúde nas comunidades, deixem de ser esporádicas e passem a ser regulares. Desde Janeiro de 2023, foram registrados 157 mortos no território Yanomami.

O Ministério da Saúde afirmou em nota, enviada ao G1, que realizou um investimento de mais de 19 milhões no socorro do povo Yanomami e reconheceu que ainda há questões a serem resolvidas. “O atual cenário definitivamente é melhor que o encontrado, mas é algo gradual que levará mais tempo para se recompor“, disse o o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba.

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