71% dos mortos por policiais no Brasil em 2023 são crianças, adolescentes e jovens

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Um levantamento realizado pela Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil aponta que em 2023, 71,7% das pessoas mortas por policiais eram crianças, adolescentes e jovens de até 29 anos. O relatório divulgado na última semana analisou as consequências da violência policial na infância negra, que representam a maioria dos mortos: 82%.

Os dados de novembro de 2023 a fevereiro de 2024 são dos estados da Bahia e Rio de Janeiro. O relatório foi elaborado a partir de visitas e entrevistas com familiares de vítimas de letalidade policial, ativistas, defensoras e defensores de direitos humanos, e os órgãos dos estados.

Bahia e Rio de Janeiro possuem altos índices de violência policial /Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A análise foi feita nos dois estados por terem altos índices de violência policial. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontados no relatório, em 2023, se considerados os números absolutos, a Bahia foi o estado que registrou o maior número de vítimas. Foram 1.699 mortos em intervenções das duas polícias. Em seguida está o Rio de Janeiro, com 871 vítimas em intervenções policiais.

A maior parte das vítimas tinha entre 18 e 24 anos (41,5%), e depois as de 25 a 29 anos (23,5%).

O relatório será uma ferramenta de fortalecimento da luta por memória, justiça e reparação para vítimas de letalidade policial, além de apoio à implementação de políticas públicas eficazes para combater esse massacre ininterrupto contra crianças e adolescentes negros“, explica as relatoras Iolete Ribeiro da Silva e Iara Gomes de Moura.

Leia também: Nos últimos 3 anos, mais de 82% das 15 mil crianças e jovens vítimas de morte violenta no Brasil são negras

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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