X Festival de Arte Negra “A Cena Tá Preta” acontece em Salvador

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Sarauzinho da Calu – Foto Divulgação

Os artistas do Bando de Teatro Olodum, além de encenarem personagens típicos das ruas da Bahia nos espetáculos da companhia, também são autores, produtores, encenadores e interpretando outras histórias, seja no teatro, no cinema ou na televisão. Uma mostra dessa diversidade será exibida durante o X Festival de Arte Negra A Cena Tá Preta, que acontece entre os dias 20 e 29 de setembro, no Teatro Vila Velha, com apresentações de teatro, música, sarau poético e produções audiovisuais.



Foto Divulgação

A edição especial de 10 anos do Festival traz apenas produções dos integrantes da companhia, que em 2020 completará 30 anos de criação. A abertura do evento acontece na sexta-feira (20), a partir das 18h, com uma intervenção artística Vila nas Encruza, que contará com grafites ao vivo do artista Samuca Santos, poesias com o escritor Nelson Maca e uma Feira Preta com afroempreendedores: Atelier de Nana França; jóias da Baraunartes de Luciana Baraúna; e a Dandakayá, que dará um workshop de maquiagem para pele negra. Às 20h, será apresentado o espetáculo solo Nas Encruza, com texto e atuação de Leno Sacramento e direção Roquildes Júnior.

O Festival a Cena Tá Preta é uma ferramenta de valorização das artes negras do Brasil. “Todos os anos, reunimos uma programação incrível com artistas e grupos que se dedicam à performance negra. Este ano, resolvemos mostrar o que nós, atores e atrizes do Bando, temos feito em outras produções, com outros artistas, levando a arte que foi desenvolvida na nossa trajetória no Bando para outros diálogos artísticos”, explica a atriz e produtora do Bando de Teatro Olodum, Valdinéia Soriano.

O encerramento do Festival será no domingo (29), às 19h, com o recital Vozes Negras, dirigido pelo ator, diretor, produtor cultural e afrochef Jorge Washington, com a participação de atores e músicos para um recital que valoriza a rica produção literária de escritoras e escritores negros que falam de afetos, resistência e afirmação. Todos os eventos possuem preço popular de entrada com R$ 10 a meia e R$ 20 a inteira. 


Leno Sacramento em Encruzilhada: Fotógrafo: Heraldo de Deus

PROGRAMAÇÃO

NAS ENCRUZAS dia 20 20h – R$20,00 / R$10,00
Nas encruza, é inspirado no espetáculo En(cruz)ilhada, que aborda problemas recorrentes na sociedade. Com o Nas Encruza são abordados problemas que atingem diretamente o povo preto, como o genocídio, solidão de gêneros, morte declarada aos candomblecistas, dentre outros. Texto e atuação de Leno Sacramento (Bando de Teatro Olodum) e direção Roquildes Júnior.

SARAUZINHO DA CALU – dias 21 e 28 – 16h – R$20,00 / R$10,00
O Sarauzinho utiliza a ferramenta da poesia, música e literatura infantil para falar de representatividade, tradição, memória e identidade. Abordar a narrativa de uma menina negra, que a partir das suas histórias contadas no bloquinho cria um universo alternativo carregado de símbolos da cultura afro-brasileira. Inspirado no livro infantil Calu: uma menina cheia de histórias, escrito por Cássia Valle (Bando de Teatro Olodum) e Luciana Palmeira

ESQUEÇA dia 21 – 20h – R$20,00 / R$10,00
Bebendo na fonte do texto “A Descoberta das Américas”, de Dario Fo, o espetáculo ESQUEÇA aborda de maneira crítica e lúdica o evento do descobrimento do Brasil e o colonialismo. Os dois atores se dividem em diversos personagens, refletindo e recontando a chegada dos portugueses em solo brasileiro sob outro ponto de vista. A montagem é encenada pelos atores Ridson Reis (Bando de Teatro Olodum) e Roquildes Junior (A Outra Companhia), dirigida por Luiz Antônio Sena Junior (também d’A Outra Companhia), e tem dramaturgia assinada pelos dois atores e pelo pernambucano Giordano Castro (Grupo Magiluth).

LOS PERIFAS dia 22 – 19h – R$20,00 / R$10,00
O grupo, formado pelos três multartistas Gabriel Carneiro, Ridson Reis (Bando de Teatro Olodum) e Roquides Junior, conta com repertório constituído pela releitura de canções de artistas como Carlinhos Brown, Martinho da Vila, Lenine, Tribalistas, dentre outros, surgiu do encontro dos artistas interessados em pesquisar e propor uma música que bebesse na fonte de ritmos latinos.

Ilha dia 26 – 19h – R$10,00 / R$5,00
Emerson, um jovem da periferia, quer fazer um filme sobre a sua história na Ilha, lugar onde quem nasce nunca consegue sair. Assim, ele sequestra Henrique, um premiado cineasta. Juntos, eles reencenam a própria vida, com algumas licenças poéticas. No elenco do longa, cinco integrantes do Bando de Teatro Olodum: Valdinéia Soriano, Sergio Laurentino, Arlete Dias, Renan Motta e Ridson Reis. A direção é de Ary Rosa e Glenda Nicácio, os mesmos diretores do premiado Café com Canela.

V DE VIADO dia 27 – 20h – R$20,00 / R$10,00
Com atuação de Vagner Jesus e texto e direção Leno Sacramento, ambos do Bando de Teatro Olodum, V de Viado é um ritual sensível, com direito a close, glitter, riso e grito, pela recuperação das humanidades usurpadas pelas políticas de eliminação. Cada ofensa e cada julgamento atribuídos por sermos quem somos, pretos e viados, bixas pretas, se dissolvem nas afetividades, no autocuidado e no amor

SE DEUS FOSSE PRETO dia 28 – 20h – R$20,00 / R$10,00
Como seria se o deus cristão, ocidental, cultuado pela maior parte das religiões, desaparecesse? No lugar dele, um deus negro, com outros valores, outra doutrina e outro templo. O espetáculo “Se Deus Fosse Preto – O Legado de LOID” percorre inúmeras reflexões sobre a vida, a fé, a humanidade e culmina nessa situação hipotética. Com texto e atuação de Sergio Laurentino, que estreou o seu primeiro monólogo após trabalhos coletivos com o Bando desde 2001, a peça marcou também a estreia do ator e músico Jean Pedro como diretor

SARAU VOZES NEGRAS – dia 29 – 19h – R$20,00 / R$10,00
Utilizar a poesia e a rica produção literária de escritoras e escritores, para falar de amor, resistência e afirmação, é a proposta do recital “Vozes Negras”, concepção e direção de Jorge Washington, que convidou os talentosos Fábio Santana e Shirley Silva (ambos do Bando de Teatro Olodum), além de Luciana Souza, Denise Correia, e o violonista Mauricio Lourenço e ainda as participações especiais de Dão e Michaela Harrison. O recital valoriza o poder da mulher e as escritas femininas, na voz e na performance dos artistas.

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