Uma corda com um nó foi deixada na garagem onde Bubba Wallace, único piloto negro da Nascar, guarda o seu carro de corrida. O fato ocorreu no último domingo (21), durante a prova de Talladega, no Alabama, Estados Unidos. A Nascar e o FBI estão conduzindo as investigações.
O gesto remete à forma como muitos negros eram assassinados durante o período da escravização – o enforcamento. A ameaça aconteceu logo após uma carreata de cunho racista, onde bandeiras dos Estados Confederados, que eram contra a abolição da escravização na Guerra de Secessão (1861-1865), foram carregadas por diversos manifestantes.
“O desprezível ato de racismo e ódio de hoje me deixa profundamente triste e serve como uma lembrança dolorosa do quanto temos que seguir como sociedade e o quão persistentes devemos ser na luta contra o racismo. Nada é mais importante, e não será dissuadido pelas ações repreensíveis daqueles que procuram espalhar o ódio. Como minha mãe me mandou hoje: “eles estão tentando te assustar”. Isso não vai me quebrar. Eu não vou desistir, nem vou recuar. Vou continuar orgulhosamente defendendo o que acredito”, escreveu Bubba em sua conta no Instagram.
A Nascar condenou o fato e manifestou apoio ao piloto. Em nota oficial emitida à imprensa, a organização se mostrou indignada com a situação.
“A Nascar foi informada de que uma corda com laço foi encontrada na garagem da equipe 43. Estamos angustiados e indignados e não podemos afirmar com força suficiente o quão seriamente levamos esse ato hediondo. Iniciamos uma investigação imediata e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para identificar a pessoa responsável e eliminá-la do esporte. Não há lugar para o racismo na Nascar, e esse ato apenas fortalece nossa decisão de tornar o esporte aberto e acolhedor a todos”, diz o comunicado.
