“Uma grande parte de nós é africana”, diz Gilberto Gil em live contra censura na Fundação Palmares

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Foto: Alma Preta Jornalismo I Reprodução/JC

Na noite da última quinta-feira, 24/06, ocorreu o ato virtual contra a censura da atual administração da Fundação Palmares, realizado através de transmissão no canal do YouTube do portal Alma Preta Jornalismo. A ação contou com participações de personalidades brasileiras e do movimento negro como Gilberto Gil, Luiz Inácio Lula da Silva, Douglas Belchior, Iêda Leal, Zulu Araújo, entre outros.

A live acontece em meio às tentativas do presidente da Fundação, Sérgio Camargo, e do governo federal de retirar 90% do acervo com base na ideia de que as obras fazem “corrompimento” da missão cultural da Fundação Palmares, pois são “marxistas, bandidólatras e de perversão sexual”. Entre os autores das obras estão H.G. Wells, Eric Hobsbawn, Karl Marx, Celso Furtado e Max Weber.

Gilberto Gil, músico e ex-ministro da Cultura no governo Lula, disse na sua participação que: “Uma grande parte de nós (Brasil) é africana, e é preciso que reconheçamos essa presença africana em nós. Quando se dá o nome Palmares a uma instituição de preservação da cultura, o que se busca é evocar a grandeza da presença negra entre nós. Palmares foi campo de luta, palco da história, símbolo do passado cada vez mais presente de nossos avós. A África civiliza o Brasil”, conclui.

No dia 23 de junho, a Justiça Federal do Rio de Janeiro suspendeu a Fundação Palmares de descarte ou danificação das obras que fazem parte do seu acervo. A justiça também estabeleceu multa pessoal ao Presidente da Fundação, Sérgio Camargo, sendo no valor de R$500,00 para cada item doado que seja retirado ou danificado. Camargo recebeu intimação para oferecer explicações sobre a medida, no prazo de 15 dias.

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