“Tem pessoas que aproveitam o assassinato de Marielle para fazer palanque político”, diz pai da vereadora

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Pais da vereadora Marielle Franco

Há 365 dias uma parlamentar era assassinada no centro de uma das maiores cidades do Brasil, o Rio de Janeiro, e até hoje não temos resposta. Marielle Franco foi executada sumariamente em seu carro junto com seu motorista Anderson Gomes. Um ano se passou e a família da vereadora ainda não tem a resposta para a pergunta que se fizeram no dia 14 de março de 2018: “Quem mandou matar Marielle?”

Esta semana o pai da parlamentar fez um desabafo durante o lançamento da revista Raça, que homenageou a vereadora. Para Antonio Francisco da Silva o assassinato de sua filha mais velha teve, para algumas pessoas, lados bons, mas a família só ficou com o pior, a dor: “Nós família, mãe, filha, irmã, pai ficamos com o ônus do assassinato de Marielle. Outras pessoas ficaram com o bônus e estão fazendo disso palanque político. Dizem que vão transformar a luta em luto quando, na verdade, esquecem de um L. O lucro. É isso que eles estão fazendo”, desabafa.

Tem pessoas que sentem prazer no exercício de invisibilizar o negro e a negra. Quando eles têm oportunidade eles fazem”

O nome Marielle Franco está estampado em camisas, bijuterias, bolsas entre outros artigos vendidos e que rendem lucro para muitas pessoas. Rendeu até mesmo o samba enredo da Estação Primeira de Mangueira que venceu o carnaval carioca cantando “Brasil, chegou a vez. De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês”. Homenagem questionada pelo pai da vereadora pois, a família da parlamentar sequer foi convidada para desfilar pela verde e rosa: “Tem pessoas que sentem prazer no exercício de invisibilizar o negro e a negra. Quando eles têm oportunidade eles fazem. Vou dar um exemplo recente. O nome de Marielle estava fazendo parte do samba enredo da Mangueira, mas em momento algum a família negra da Marielle foi consultada. O pavilhão da Mangueira tinha escrito ‘negros, índios e pobres’ mas eu não vi negros, índios ou pobres carregando aquele pavilhão”, comenta Antônio.

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