Secretário de Turismo de Santos diz que ‘pardos e mulatos brasileiros são todos mau-caráter’

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Áudio com teor racista enviado em grupo de Whatsapp pelo secretário-adjunto de Turismo de Santos, SP, revoltou a web — Foto: Reprodução/Twitter

Um áudio que vazou nas redes esta semana mostra a fala do secretário-adjunto de Turismo de Santos, Adilson Durante Filho, sendo explicitamente racista e dizendo, entre outras barbaridades, que ‘pardos e mulatos brasileiros são todos mau-caráter’.

O Secretário, que também é conselheiro do Santos Futebol Clube mandou o áudio em um grupo de whatsapp dizendo: ” Aqui a gente está entre amigos. Sempre que tiver um pardo, o pardo o quê que é? Não é aquele negão, né?, mas também não é o branquinho. É o moreninho da cor dele. Esses caras – você tem que desconfiar de todos, de todos que tu conhecer. Essa cor é uma mistura, é, duma raça que não tem caráter. É verdade, isso é estudo”.

Em seguida, ele acrescenta: “Todo pardo, mulato, [você] tem que tomar cuidado. Não mulato tipo o [cita um nome]. [Ele] é tipo para índio, tipo chileno, essas porr*. Tô dizendo o mulato brasileiro, entendeu? Os pardos brasileiros. São todos mau-caráter (sic). Não tem um que não seja.”

Ouça o áudio:

Em nota, Durante Filho assume a autoria e diz tratar-se de “um antigo áudio” gravado “em um momento de infelicidade e levado pela emoção, em decorrência de um fato que muito me abalou”. O destinatários, segundo ele, eram integrantes de “um pequeno grupo de supostos amigos de WhatsApp”.

Após a divulgação do áudio o Secretário pediu licença não remunerada, mas até agora o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), não informou se vai exonerá-lo do cargo.

Leia, abaixo, a nota de Adilson Durante Filho:

“Com relação a um antigo áudio de alguns anos atrás que circula nas mídias sociais, de minha autoria, gostaria de expor que, em um momento de infelicidade e levado pela emoção, em decorrência de um fato que muito me abalou, acabei me expressando de forma absolutamente diversa das minhas crenças e modo de agir. Jamais tive a intenção de atingir quem quer que seja, até porque assim me manifestei em um pequeno grupo de supostos amigos de WhatsApp.

Consigno que não tenho qualquer preconceito em razão de cor, raça ou credo, pois minha criação não me permitiria ser diferente. Peço, humildemente, desculpas a todos que se sentiram ofendidos, e expresso, por meio deste comunicado, meu mais profundo arrependimento quanto às palavras genericamente proferidas.

Leia, abaixo, a nota do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa:

“Como prefeito, afrodescendente, cidadão, filho de ex-engraxate de sapato de origem humilde, manifesto, com veemência, repúdio à qualquer manifestação que defenda ou propague preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, independentemente dos meios, circunstâncias ou período de tempo que ocorra. Sempre será e deve ser absolutamente condenada.

O funcionário da prefeitura envolvido no lamentável caso que se tornou público, sr. Adilson Durante Filho, reconheceu o grave erro, pediu desculpas, se retratou publicamente e está ciente da sua responsabilidade e das possíveis consequências desse ato cometido na esfera de sua vida privada. Ele pediu licença não remunerada de suas funções para que possa prestar os esclarecimentos devidos decorrentes da sua manifestação.

A situação administrativa do funcionário está suspensa, com prejuízo dos vencimentos, e permanecerá assim durante todo o período de seu afastamento.

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