Professor Silvio Almeida é o convidado do Roda Viva, da TV Cultura, da próxima segunda-feira

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Roda Viva é um dos programas de entrevistas que se destacam no cenário nacional 

Professor Silvio Almeida é um dos grandes nomes da luta negra no Brasil – Foto: Divulgação

Por Gabriel Ferreira

Nesta terça-feira (16), a TV Cultura anunciou que o advogado e professor – Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo (USP) – Silvio Almeida é o convidado do programa Roda Viva da próxima segunda-feira (22). Autor de diversos trabalhos, como o livro “Racismo Estrutural”, que mostra a forma como o racismo está na estrutura da sociedade brasileira, e o artigo “A inferiorização dos negros a partir do racismo estrutural”, Silvio vai comentar, entre outros assuntos, a onda de protestos antirracistas pelo mundo.

Presença de negros na mídia 

De acordo com o Censo Demográfico de  2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira é formada por 54% de negros, o que representa mais que a metade dos cidadãos do país. Mas, ainda segundo o Instituto, os brancos possuem, em média, os maiores salários, sofrem menos com o desemprego e são maioria entre os que frequentam o ensino superior. Na mídia, isso não é muito diferente – seja em novelas, filmes, telejornais, redações. 

Há algumas semanas, por exemplo, a Globonews, uma das maiores emissoras do país, apostou em uma bancada sem a presença de uma pessoa negra para falar sobre racismo no Brasil. 

A Globonews utilizou sete jornalistas brancos para falar de racismo no Brasil – Foto: Reprodução Internet

Da mesma forma, a CNN, em um programa, também não contou com a participação de negros para falar sobre o tema e, inclusive, teve Willian Waack, demitido da Rede Globo por racismo, como comentarista.

William Waack, demitido por racismo na Rede Globo, comentando casos de racismo nos EUA – Foto: Reprodução Internet

Em entrevista ao Observatório do Direito à Comunicação, Paulo Rogério Nunes, publicitário e diretor executivo do Instituto Mídia Étnica, quando perguntado sobre a diversidade racial do Brasil e a representação dela na TV, afirmou que: “esta diversidade não é representada na televisão porque ainda se valoriza na TV, como em várias esferas da sociedade brasileira, a matriz européia de pensamento e comportamento. Negros e indígenas não são representados de maneira digna na TV: ou são representados de maneira estereotipada ou não aparecem”, afirmou.

Presença nas mídias

Ao longo dos anos, diversos questionamentos têm surgido – principalmente potencializados pelas redes sociais –  sobre a importância da presença de negros na mídia, não somente para falar sobre racismo, mas, sim, sobre todos os assuntos, como cita Paulo Rogério Nunes: “para além da discussão sobre a cultura negra, é importante que haja negros falando disso e de outros temas, que sejamos fontes, repórteres, apresentadores. Mesmo que estejamos falando sobre física quântica, é importante que haja um negro lá, exercendo seu direito à comunicação.”  

Roda Viva 

O Roda Viva é um dos programas com maior destaque no cenário nacional. Para se ter um exemplo, no primeiro trimestre de 2020 em comparação com o último trimestre do ano passado, houve um aumento de 100% em audiência e 67% em compartilhamento do programa. Outro exemplo disso é que, em março, o Roda Viva bateu a marca de um milhão de inscritos no Youtube, sendo assistido por 6,2 milhões de horas na plataforma e com quase 20 milhões de visualizações únicas, como indica a pesquisa do portal Tela Viva.

O programa já foi criticado por internautas pela baixa participação de negros como convidados e entrevistadores. Com início às 22h, o Roda Viva é transmitido pela TV Cultura. Você também pode assistir no site da emissora, no canal TV Cultura no Youtube e nos perfis da emissora nas redes sociais, como Twitter e Facebook. 

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