Professor diz que supervisora negra de escola em Belo Horizonte ‘mora no zoológico’

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A supervisora de uma escola estadual de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que preferiu não ser identificada, foi vítima de injúria racial dentro da própria instituição. Segundo a profissional, de 40 anos, que é uma mulher negra, um professor de matemática disse que ela “morava no zoológico”. O caso aconteceu na última quinta-feira (11), após uma reunião pedagógica, quando a supervisora foi até sua sala pegar uma bolsa.

No local, outra supervisora perguntou se ela iria a uma confraternização de uma professora, em Ibirité, mas ela respondeu que não, porque mora em Belo Horizonte e ficaria longe.

“Eu disse: ‘Eu não vou porque para mim é longe’. Na hora, esse professor entrou na conversa e falou: ‘Mas como assim se você mora no zoológico?’. Na hora é como se eu não tivesse entendido. Eu saí da sala, e a ficha caiu. É como se minha respiração tivesse fechado, fiquei com uma vontade muito grande de chorar”, disse a supervisora.disse a professora em entrevista ao portal G1

Quando ela voltou para a sala, o professor já não estava mais no ambiente.

“A outra supervisora perguntou se eu queria um abraço, eu disse que não, disse que queria justiça”, falou.

A supervisora procurou a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG), por telefone, e foi direcionada para a Ouvidoria, onde fez uma denúncia sobre o caso. Ela também denunciou o caso de racismo ao Disque Direitos Humanos – Disque 100.

A profissional ainda relatou o ocorrido à diretora da escola, que ficou de tomar as providências necessárias.

Leia na íntegra a nota da Secretaria d educação:

Leia a resposta na íntegra:

“Informamos que a Superintendência Regional de Ensino Metropolitana B, responsável pela coordenação da Escola Estadual do Parque Elizabeth, em Ibirité, está acompanhando o caso, juntamente com o Serviço de Inspeção Escolar que atende a unidade. A direção da escola já instruiu a servidora quanto ao registro da denúncia nos meios legais e adequados, e está prestando todo o suporte necessário. Também está prevista, na próxima semana, uma reunião na escola, com as partes envolvidas em separado, para averiguar a questão. A SRE já recebeu a manifestação da Ouvidoria Geral do Estado de Minas Gerais e dará início aos procedimentos de apuração dos fatos, com realização das oitivas entre as partes, e desta forma, poderá tomar as medidas administrativas cabíveis.

A Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) salienta que repudia quaisquer atitudes e manifestações de discriminação e de preconceito. A escola é um espaço sociocultural que deve respeitar e, sobretudo, discutir amplamente a pluralidade cultural, como uma forma de desconstruir preconceitos.”

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